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7 de junho de 2016CULTURA POPULAR| Foi um sonho que o poeta e cantador Rui Baldez vislumbrou: um boi azul, bordado em encantarias para enfeitiçar toda uma cidade. Era o presente de São João, o padroeiro da quadra junina, para as ruas de Belém. O Boi Azulado chega aos 30 anos com o Arrastão do Pavulagem no próximo dia 12 de junho.
Trinta anos de celebração e fortalecimento da cultura popular brasileira feita na Amazônia, com patrocínio da Oi, por meio da Lei Semear de Incentivo à Cultura, do Governo do Pará e apoio cultural do Oi Futuro. A concentração para as comemorações inicia às 9h, na escadinha da Estação das Docas com toadas de boi, quadrilhas, xotes e carimbós da Roda Cantada do Arraial do Pavulagem.
No final da década, o boi dos sonhos de Baldez, um dos fundadores do folguedo, ganhou a rua. Chamou gente. Primeiro, um pequeno grupo, que convidava o público da Praça da República para shows e apresentações ali mesmo.
O coletivo de artistas e pessoas apaixonadas pela cultura atendia pelo nome de “Pavulagem do Teu Coração”. E construindo afetos ao longo de toda uma vida, o Boi Pavulagem encantou mais e mais pessoas. A Praça ficou pequena demais para tantos encantados. O cortejo precisava de mais espaço. Em 2000, saía o Arrastão do Pavulagem pela primeira vez da escadinha da Estação das Docas em direção à Praça da República. Já era Arrastão, cortejo, movimento, condução. “O nome que encontramos para simbolizar esse envolvimento das pessoas. Um Arrastão com sentido positivo, de encontro de pessoas do bem”, afirma Ronaldo Silva, um dos fundadores da brincadeira.
O Arrastão do Pavulagem nasceu do sentimento comum de fazer uma quadra junina com o sotaque do Norte econtribui para manter viva a memória oral tradicional, tão importante para a formação da identidade das novas gerações, em particular aquelas que vivem condicionadas ao espaço urbano, partilhando a herança do folguedo do Boi-Bumbá, bandeiras de santos, mastro, bonecos cabeçudos, ritmos, cores, danças, cantos e cheiros característicos da região, com o intuito de reunir e alegrar a cidade.
As letras das canções tocadas e dançadas nos cortejos evocam a identidade do homem que nasce e vive na Amazônia. Em junho, os ritmos tradicionais do mês – xote, quadrilha, toada de boi e o carimbó – estão presentes no cancioneiro e trazem símbolos de cada tempo, como as fogueiras, o São João, entre outros elementos do rico material produzido pela cultura popular brasileira. E para reafirmar a riqueza desse imaginário, o Pavulagem incorpora referências também de outros folguedos do Brasil, como do Maranhão, com a clássica “Boi da Lua”, do mestre maranhense Papete, que morreu este ano.
A sonoridade dos ritmos tradicionais começa nas águas, durante o cortejo fluvial realizado no primeiro domingo de arrastão. No barco, que traz os bois Pavulagem e Malhadinho e os Mastros de São João, o carimbó ecoa pelos rios ao som do Grupo Sancari, responsável por animar o cortejo e comandar a comitiva que faz a levantação dos Mastros.Símbolos do início quadra junina do Pavulagem, os mastros de São João revigoram a memória das festividades de santo do interior do Estado e enchem de alegria o Arrastão do Pavulagem com um mastro para os homens e outro para as mulheres. Eles são erguidos no primeiro domingo de arrastão na Praça dos Estivadores e derrubados no encerramento da quadra, previsto para 3 de julho.
SERVIÇO
O quê: Arrastão do Pavulagem 2016
Quando: 12, 19, 26 de junho e 3 julho
Concentração: 9 horas, na escadinha da Estação das Docas