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7 de março de 2018CULTURA| Alter do Chão, o grande berço de cultura e turismo no coração da Amazônia, completa nesta terça-feira (6), 260 anos de elevação à categoria de vila (1758). Versada, proseada, encantada, musicalizada, o Caribe Brasileiro, como é considerada pela grande mídia internacional, ao logo dos seus mais de trezentos anos de catequização pelos jesuítas portugueses da Ordem Franciscana, é reconhecida pelas suas belezas naturais, por suas tradições religiosas e culturais, pela simplicidade de seu povo e pela grande característica acolhedora que fascinam a todos que tem a oportunidade de ter o contato com o povo Borari, nativos que mantêm viva a tradição de seus antepassados.
Sempre imponente, Alter do Chão possui muitos elementos culturais e naturais que a transforma no atrativo turístico mais importante da região oeste do Pará que tem seu acesso pela rodovia estadual, toda pavimentada, Everaldo Martins, a PA-457 e também por via fluvial. Banhada pelo Rio Tapajós e pelo Lago Verde, a vila tem outros atrativos naturais como praia da Ponta do Cururu, a Serra Piraoca, a praia da Gurita, conhecida carinhosamente por praia do Cajueiro, além de outros lagos e igarapés. A Vila dos Borari tem uma grande infraestrutura turística de hotéis, pousadas, hostels, restaurantes, caixas eletrônicos, lanchonetes, barracas que oferecem o melhor da gastronomia, artesanato, lojas, bares, associações que trabalham para oferecer os melhores passeios tanto terrestre, como fluvial.
A religiosidade é muito presente nas manifestações de fé do povo de Alter do Chão, que tem a sua devoção em Nossa Senhora da Saúde, a padroeira da vila. Um dos maiores símbolos de fé dos antepassados é a Festa do Çairé, que representa o processo de catequização do povo Borari pelas missões jesuíticas, que faz referência à Festa da Santíssima Trindade, que tem no Arco do Çairé simbolizando o Deus Uno e Trino (Arco Maior a figura da Santíssima Trindade em um só Deus e os três arcos internos a representação do Deus Pai, Filho e o Espirito Santo), que se transformou na maior manifestação cultural e religiosa da vila, A Festa do Çairé, e que ganhou notoriedade com a incorporação do Festival dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa em 1997, evento que tornou a mola propulsora da visibilidade turística de Alter. Outras manifestações da cultura popular do povo Borari são o carnaval da Vila, denominado de Carnalter, e o Festival Borari, festa autenticamente indígena.
Santarenos, Boraris, visitantes e turistas terão mais um motivo para se orgulhar de Alter do Chão, pois na tarde desta terça-feira, será entregue oficialmente a identificação turística da vila, o letreiro “As Cores do Amor”. O Projeto da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), da Prefeitura de Santarém, intitulado “As cores do Amor”, visa divulgar, através de caracteres e ícones inerentes aos aspectos turísticos, que identificam Alter do Chão, com a frase “EU AMO ALTER” de forma estilizada. Além das letras, os ícones que compõem a escultura representam os elementos da cultura da vila, como o Arco do Çairé e os botos tucuxi e cor-de-rosa, e o coração que significa o amor pelo maior atrativo turístico da região oeste do Pará, Alter do Chão. O monumento terá um jardim rebaixado, com a parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), para dar um toque a mais de beleza ao local.
O Projeto da identificação turística foi apresentado para o empresariado santareno e ao trade turístico de Alter, em maio de 2017, em uma reunião na Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces). O projeto foi abraçado pelo empresário da rede hoteleira Paulo Barrudada que, por meio do documento nº 274/2017, expedido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), datado de 18 de dezembro de 2017, recebeu autorização para a instalação permanente da escultura em forma de letreiro “Eu Amo Alter”, na vila balneária de Alter do Chão. O Projeto da Identificação Turística de Alter do Chão foi elaborado pela técnica da Semtur, Mônica Carvalho, revisado pelo assessor de comunicação, Tadeu Pinho. Baseado no projeto, o designer gráfico Alex Augusto Pastana deu vida ao letreiro. O monumento foi construído pelo artista plástico santareno Apolinário Oliveira.
Na cerimônia de entrega, que inicia às 17 horas, na orla fluvial de Alter, em frente ao Restaurante Lago Verde, será feita a entrega da miniatura do letreiro “As Cores do Amor” ao vencedor do concurso de “Foto Mais Curtida”, em comemoração aos 260 anos de Alter do Chão, nas redes sociais. O ganhador, Glauber Marinho, com o título: “Uma história de amor com Alter” declarou seu sentimento pela vila. “Nessas águas cristalinas tive a honra de aprender a nada, a pescar, a me divertir, a trabalhar e a respeitar o Todo-Poderoso pelas maravilhas inigualáveis que fez ali diante dos meus olhos!!! Hoje procuro repassar essa vivência aos meus filhos, pois acredito que seja o mínimo que devo fazer com o objetivo de contribuir para que tenha uma infância inesquecível e repleta de memórias felizes. Esse lugar é minha querida Alter do Chão”.
A programação dos 260 anos de Alter do Chão culminará com a cerimônia do Corte do Bolo, na Praça 7 de Setembro, que contará apresentação de artístas locais.
Fragmento de sua história, retirado do Inventário da Demanda e Oferta Turística o de Santarém: Em razão da grande distância entre Santarém e Alter do Chão, anos mais tarde, a Missão do Tapajós seria dividida, culminando com a criação da Missão de Nossa Senhora da Purificação ou Nossa Senhora da Saúde, que viria a tornar-se padroeira da nova missão na aldeia dos Boraris. Em 1693, a missão de Nossa Senhora da Purificação dos índios Boraris já era uma das mais desenvolvidas da região do Tapajós e, em razão do seu desenvolvimento expressivo, seria elevada à categoria de vila no dia 06 de março de 1758, pelo então governador da província do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado que estava em visita à região a fim de definir os limites das fronteiras entre Portugal e Espanha estabelecidos pelo Tratado de Madri.
Foto: Divulgação