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7 de agosto de 2018CULTURA| No período de 20 a 24 de setembro, os holofotes estarão voltados para o caribe brasileiro, a Vila Balneária de Alter do Chão em Santarém, com a realização da Festa do Çairé e o Festival dos Botos 2018. A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) dará início a uma série sobre o Çairé 2018 para disseminar informações aos visitantes e turistas, com curiosidades sobre essa grande manifestação religiosa e cultural do povo Borari.
Para a esta primeira matéria conversamos com o Coordenador Cultural da Festa do Çairé deste ano, Osmar Vieira, que muito animado nos informou que a motivação do Evento em 2018 é o resgate de elementos do rito religioso que foram se perdendo ao longo dos tempos e que serão reincorporados na programação deste ano. “Este ano, a nossa missão é buscar ainda mais a essência do Çairé e vamos fazer um resgate de importantes elementos da nossa tradição que já não eram mais realizados”, destacou.
Dentre os momentos de resgate que serão incorporados na programação do Çairé 2018 será a “busca nas casas”, que acontecerá nas primeiras horas da manhã da quinta-feira (20/09), onde o Juiz, a Juíza, a Sairaipora, o Procurador e a Procuradeira sairão de casa em casa para chamar as pessoas, para uma procissão, que será acompanhada com toque de caixa, para o local de abertura do Evento, este momento foi realizado até meados de 1999.
De acordo com o Coordenador, serão montadas duas casas ao lado do Barracão do Çairé, uma para o Juiz e outra para a Juíza, que ficarão durante toda a festa para recepcionar os visitantes e turistas. “Lá, vai ter o Juiz e a Juíza, onde eles irão acolher as pessoas. A casa dos Juízes era onde acolhiam os foliões, os mordomos, o Procurador, a Procuradeira, lá sempre tinha um café para oferecer aos visitantes. Era um local para saber como está a festa, se está faltando alguma coisa, se tiver que conversar de algo que está errado na festa, era lá que iam conversar e esse ano vamos resgatar esses locais”, informou.
Outro elemento que será resgatado será o talco na cabeça do Juiz e da Juíza, no dia da “levantação” do mastro e no dia da “derrubação”. Esse momento será para demonstrar o poder que os Juízes têm na Festa do Çairé, que estão iluminados pelo Espirito Santo, destacando a autoridade e que estão prontos para assumir a Festa, rito que não se sabe a data de realização, mas que foi passado de geração em geração, mas que acontece na festa da Santíssima Trindade.
Uma das preocupações a partir deste ano será a de direcionar a pombinha do Espirito Santo para o rio. Essa simbologia representa a vida, pois para o povo Borari a água é sinal de vida em abundância e a tradição e o rito pedem que seja assim. Será resgatado também as figuras da “Moça do Tamborim” e o “Sargento”, personagens que faziam parte da Corte. A coordenação pretende resgatar, ainda, a Coroa do Divino Espirito Santo em ouro ou prata, como manda a tradição.
A Coordenação está em planejamento para marcar os locais importantes, para identificar lugares onde já foram realizados o Çairé, como o Posto Médico, onde já foi construído o Barracão; na Igreja Nossa Senhora da Saúde, onde se rezavam as Ladainhas; na Praça 7 de Setembro, onde fora construído o segundo Barracão, dentre outros.
Antecedendo a Festa, serão realizadas oficinas de varinhas do Çairé e ornamentação do barracão, ministradas pelos mordomos, que serão abertas para quem se interessar em participar do aprendizado. As oficinas acontecerão na casa da comunitária Maria Benvinda, na rua Pedro Teixeira, por trás do cemitério, com data a ser definida, mas que acontecerá no final de agosto. Final de agosto também iniciará os ensaios da Ladainha e da Folia. Durante o evento acontecerão homenagens às pessoas que não têm mais possibilidade de participar dos festejos por algum tipo de problema, além de rodas de conversas para repasse de informações sobre a história do Çairé.