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11 de fevereiro de 2019SUSTENTABILIDADE| Em comemoração ao aniversário do Kinjá, a equipe da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), com o intuito que a comunidade conheça o peixe-boi mais bonito, transferirá o animal para o tanque de exposição, localizado no Bosque da Ciência no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O Bosque da Ciência fica na rua Bem-te-vi, s/nº, Petrópolis, zona Sul de Manaus.
Kinjá, que nasceu há 15 anos no cativeiro do Inpa, é filho da fêmea Boo e do macho Tupy, e considerado o peixe-boi da Amazônia mais bonito por vários especialistas do Brasil, por possuir uma mancha branca peculiar que se estende da barriga, nadadeira peitoral até o focinho.
O biólogo responsável pelo Programa de Reintrodução de Peixes-bois, Diogo de Souza, explica que o peixe-boi da Amazônia é a única espécie dentre os sirênios existentes que possui uma mancha branca ou rosada na barriga. “Esta característica contribui para o manejo no cativeiro porque cada indivíduo possui uma mancha única, funcionando como uma impressão digital que ajuda na identificação de cada animal”, disse.
O projeto peixe-boi do Inpa, que hoje funciona dentro do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, existe desde 1974 e a primeira reprodução em cativeiro aconteceu em 1998, com o nascimento do filhote macho Erê. Segundo Souza, a reprodução da espécie começou a dar certo por conta na mudança no manejo e alimentação dos animais.
“A reprodução em cativeiro do peixe-boi da Amazônia está dominada e conhecida graças às pesquisas pioneiras realizadas pelo Inpa há mais de 40 anos, porém não é realizada há 10 anos por conta da quantidade de filhotes órfãos de peixes-bois que recebemos anualmente. Resgatamos em média de 10 a 12 peixes-bois por ano, por isso agora as fêmeas são separadas dos machos”, explica o biólogo que é mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Inpa.
Educação Ambiental
Desta sexta-feira até domingo haverá sensibilização ambiental para o público que visitar o Kinjá com a educadora ambiental do Projeto Jamylle de Souza e por meio de outros materiais. “As pessoas poderão conhecer mais sobre o trabalho que o Projeto Mamíferos aquáticos da Amazônia realiza na região desde o manejo às pesquisas para conservação da espécie”, comenta a bióloga, que é mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela Ufam.
Conservação
De acordo com a coordenadora do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, a reprodução em cativeiro garante os mecanismos de sobrevivência de uma espécie. “O sucesso dessa reprodução nos mostra que o peixe-boi pode ser reproduzido em cativeiro. Numa configuração de necessidade extrema há possibilidade de salvar a espécie, mas o ideal é que os animais se mantenham na natureza com os próprios recursos e habilidades”, explica.
Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia
O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia recebe o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, renovado em 2018. O projeto é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi – AMPA e tem como principais objetivos resgatar, reabilitar e reintroduzir peixes-bois (Trichechus inunguis) aos rios da Amazônia, além de auxiliar o projeto Boto do Inpa.
Bosque da Ciência
O Bosque fica na rua Bem-te-vi, s/nº, Petrópolis, e abre de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Sábado e domingo funciona das 9h às 17h. A portaria fecha às 16h.
A O ingresso custa R$ 5, mas crianças até 10 anos e idosos não pagam. Visitas de escolas agendadas são gratuitas. Os interessados podem fazer o agendamento pelo endereço http://abc-bosque.inpa.gov.br .