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4 de junho de 2019Aos 39 anos o amazonense Bibiano Fernandes já derrubou vários adversários nos octógonos mundo à fora. Mas, o que o “The Flash” faz no MMA parece até fácil, quando comparado com as dificuldades que ele enfrentou para conseguir chegar ao topo.
Da infância pobre no bairro Coroado, zona Leste de Manaus, à morte da mãe – quando ele tinha apenas 7 anos – e os dias em que ele não tinha nem o que comer, foram alguns dos temas de uma conversa franca que o campeão dos galos do One Fighting Championship teve, nesta sexta-feira (31), com os alunos de Taekwondo do projeto Esporte Educacional e Sustentabilidade (EES), que é realizado pela Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (OELA) com patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental. O bate-papo aconteceu na quadra da escola municipal Nova Vida, que funciona no Mauazinho, Zona Leste.
“Quando eu vejo vocês, vejo a mim. Eu nasci no Coroado, eu não tive uma boa educação, então vocês estão melhores que eu”, declara o campeão, lembrando do quanto é difícil para uma criança crescer em locais de vulnerabilidade social.
Do Coroado, Bibiano ainda foi morar no município de Lábrea, no interior do Amazonas. “Minha mãe faleceu quando eu tinha 7 anos. Meu pai não tinha dinheiro, então ele me mandou lá para Lábrea, que é longe pra caramba daqui”, recorda.
A vida no interior não tirou do menino Bibiano o sonho de vencer na vida. E o segredo para chegar lá, ele revela aos pequenos: “acreditar em si mesmo! Eu sempre acreditei muito em mim. Escutar as pessoas. Eu sempre escutei as pessoas que me ensinavam algo. Então, crianças: escutem seus pais, seus professores, seus mestres”, aconselha.
Ralação no Rio
Para conquistar o sonho de ser campeão do mundo, Bibiano mudou para o Rio de Janeiro ainda na adolescência. “Eu não tinha dinheiro para treinar, eu não tinha dinheiro para comer. Eu tinha que limpar a academia, mas eu continuei treinando, depois disso as portas foram se abrindo”.
No Rio, o lutador começou a se destacar nos campeonatos de jiu-jitsu e chegou a conquistar cinco títulos mundiais no tatame.
Sem adversários pela frente, ele ouviu o conselho de um amigo e decidiu se dedicar às artes marciais mistas. Foi assim que ele conquistou de vez seu lugar no mundo.
No MMA, o amazonense conquistou o cinturão do Dream, e depois foi campeão no One Fighting Championship, a maior organização de artes marciais da Ásia. No evento ele ficou conhecido como “The Flash”, referência ao super-herói da DC Comics, pela a velocidade com que ele encerrava seus combates.
Com o cinturão recém-recuperado em luta contra Kevin Belingon – Kevin foi desclassificado por aplicar golpe irregular – ele fala ainda sobre retomada do cinturão e do quanto aprendeu com a derrota anterior e faz questão de deixar uma mensagem positiva para a garotada.
“O esporte salva! O esporte me mostrou o caminho. A disciplina, dormir bem, me alimentar bem, e acreditar sempre. Isso é o mais importante”, finaliza.
Bom exemplo
A coordenadora do projeto Esporte Educacional e Sustentabilidade, Katiussia Souza ressalta a importância de levar exemplos de vida como o de Bibiano Fernandes àss crianças.
“Foi uma grata surpresa a disponibilidade dele, o compromisso que ele tem com a questão de ser um bom exemplo para as crianças, isso foi muito legal. As dicas, as orientações que ele deu no que diz respeito aos mestres, isso foi maravilhoso. É uma pessoa que teve uma infância humilde como a maioria das crianças, mas que teve uma meta, um foco e por meio do esporte ele conseguiu conquistar muitas coisas. Ele é um exemplo de superação”.