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2 de julho de 2019“Demografia foliar e sazonalidade da produtividade da floresta da Amazônia Central”. Este é o tema dos Seminários da Amazônia desta quinta-feira (04), às 15h, no Auditório da Biblioteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). A edição ordinária terá como palestrante o pesquisador titular do Inpa, Bruce Nelson, biólogo com doutorado em botânica e experiência em fitogeografia.
Focado em temas provocativos e de ponta da pesquisa científica, os Seminários tratarão nesta rodada sobre estudos que se debruçam sobre o que governa o ciclo anual da fotossíntese (a produtividade), uma informação básica sobre o funcionamento da floresta amazônica.
Segundo Bruce Nelson, a fotossíntese da floresta de terra firme na Amazônia Central aumenta gradualmente ao longo dos meses mais secos do ano, atinge um pico em novembro e dezembro – início das chuvas, e cai até maio e junho. A fotossíntese é medida pelo método de fluxo turbulento em torres do LBA. A causa deste pulso anual na fotossíntese é debatida. “A amplitude do pulso é grande, aproximadamente 30% de aumento do mínimo para o máximo anual”, adianta o pesquisador.
Na palestra, Nelson apresentará argumentos – baseados em artigos liderados por colaboradores – de que a sazonalidade da fotossíntese está relacionada com mudanças na capacidade fisiológica intrínseca do dossel superior. Parte do ano a floresta está “debilitada”, já que tem muitas folhas velhas e/ou novas, em outra parte do ano predominam folhas mais eficientes, com idade de três a cinco meses. O pesquisador também falará sobre outra controvérsia: se esta sazonalidade na composição etária do dossel é detectável por satélites.
De acordo com o pesquisador, não são confiáveis os modelos atuais de previsão da resposta da fotossíntese da floresta amazônica às mudanças climáticas futuras ou em curso. Nelson explica que esses modelos ainda consideram luz e água como os principais fatores limitantes, e prevêem queda de produtividade ao longo dos meses secos, mas ocorre justamente o oposto.
Nelson defende que a força motriz da sazonalidade da fotossíntese é o “boom” de folhas novas concentrado nos meses mais secos. “Mas ainda não sabemos por que isso ocorre. Qual é a vantagem seletiva em lançar folhas novas preferencialmente nos meses secos?”, conta.
São questionamentos como esses que conduzem estudos do pós-doutorando Giordane Martins, que orienta dois alunos de doutorado. Já colaboradores do projeto Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO/Max Planck), da Universidade de Arizona e da Universidade de Michigan avaliam novos sensores de fluorescência para medir a fotossíntese de forma direta, a partir de torres e de satélites.
Foto: Bruce Nelson
Foto grande-angular do dossel superior no ATTO em agosto de 2016. Copas verde claras têm folhas novas recém-lançadas. A produção massiva de folhas novas nos meses mais secos imprime uma sazonalidade na sua composição etária, que controla a sazonalidade da capacidade fotossintética da floresta.