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19 de novembro de 2019Com o objetivo de comemorar mais um ano de defesa dos recursos naturais da região, a comunidade Santa Maria do Tapará – inserida no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Tapará, na região de várzea de Santarém, no Oeste do Pará –, realizou nos dias 16 e 17 de novembro o XIII Festival do Pirarucu, com atividades culturais e gastronômicas.
Com um público de 1,5 mil pessoas participantes, o evento teve por meta divulgar o trabalho de manejo ecologicamente correto feito pela comunidade que, com o procedimento, visa assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.
A principal atração foi o próprio pirarucu, que é um dos maiores peixes de água doce do planeta, cujo comprimento do adulto costuma variar de dois a três metros e o peso ultrapassar 200 quilos.
O festival é organizado pela Associação Comunitária de Santa Maria do Tapará (Ascosamta), em parceria com a Superintendência Regional do Incra no Oeste do Pará, a Prefeitura Municipal de Santarém (PA), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e o Governo do Pará, entre outros.
Segundo a coordenadora regional do Ipam, Alcilene Cardoso, o evento é o momento de apresentação do trabalho, como estoque do manejo, cultura e rentabilidade.
“O Incra tem intensificado essas parcerias, trabalhando na regularização fundiária e ambiental, fomentando a renda por meio das modalidades de créditos”, acrescentou.
Para o superintendente do Incra no Oeste do Pará, Gustavo Hamoy,
“o festival celebra o manejo na região de várzea e abre espaço para cultura e culinária, colaborando, assim, para a manutenção da espécie e valorização da cultura”.
O evento seguiu com exposições fotográfica e videográfica, de artesanato, das biojóias produzidas a partir das escamas do peixe e de vestidos das rainhas do pirarucu. A programação incluiu ainda competição de pesca com arpão e palestras da Capitania dos Portos em Santarém para crianças na escola da comunidade sobre segurança no rio com distribuição de coletes, e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), com foco na piscicultura. Na culinária, a comercialização do peixe frito, desfiado, churrasco e vatapá de pirarucu foram alguns dos pratos disponíveis.
Segundo a organização do evento, foram pescados 36 pirarucus, o equivalente a cerca de 1,3 mil quilos de peixe que, comercializados, resultaram num saldo total de R$ 20 mil. Para o presidente da associação do PAE Tapará, Raimundo Augusto de Sousa Neves, a chuva atrapalhou um pouco.
“O saldo foi positivo, a chuva atrapalhou um pouco, mas está dentro do esperado. Não temos como controlar a força da natureza. Graças a Deus o festival foi realizado com sucesso”, destacou.
Após a programação aberta ao público, os agroextrativistas se reuniram na segunda-feira (18) para celebrar o saldo positivo do evento. Trata-se de uma tradição da comunidade.
Tapará
O Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Tapará, criado pelo Incra, está organizado em nove comunidades e 50 áreas de pesca, que são gerenciadas por 850 famílias, abrangendo uma área de 11,7 mil hectares.
A comunidade é responsável pelo cumprimento das regras de uso dos recursos naturais da região, com base no Plano de Uso e no Plano Básico do PAE, aprovado em 2010, assim como no acordo de pesca.