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6 de fevereiro de 2020O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT Adapta), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), lança nesta quinta-feira (06) o segundo volume de Short Notes (SN) que, como diz o nome em inglês, são notas curtas sobre resultados de pesquisas realizadas por profissionais ligados à iniciativa. O lançamento acontecerá a partir das 15h, no auditório do Bosque da Ciência, em Manaus (AM), e contará com palestras e com a presença de autoridades. A nova edição traz novidades como um conteúdo mais robusto e com uma revisão mais extensa dos artigos.
O coordenador do INCT Adapta, Adalberto Luis Val, explica que o novo Short Notes apresenta resultados de pesquisas inéditas, mas também a continuação de outras publicadas no volume anterior, em 2012. Além disso, a publicação pode impulsionar projetos em andamento e novos experimentos. “A ideia básica do Short Notes é torná-lo uma publicação regular, pois o Adapta tem nos mostrado que produzimos um volume de informações extremamente significativo na área das adaptações às mudanças do ambiente, incluindo as mudanças climáticas. É preciso que compartilhemos essas informações, principalmente com as pessoas interessadas no assunto”, acrescenta.
Para garantir a qualidade e a robustez da publicação, que tem o dobro de conteúdo do primeiro volume, o corpo editorial foi formado por alunos da pós-graduação, egressos e pesquisadores especialistas em diferentes tópicos que reforçaram e aprofundaram a revisão dos textos. Ao todo são 37 notas distribuídas em quatro seções correlacionadas, produzidas por 131 pesquisadores brasileiros dos estados do Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, e três estrangeiros, da Alemanha, Canadá e Espanha.
A dupla de editores executivos, formada pelos biólogos doutores Derek Campos e Luciana Fé, foram os responsáveis pela distribuição e revisão dos textos junto ao corpo editorial, sob a supervisão da editora-chefe, Vera Almeida-Val. Doutor em Pesca e Biologia de Água Doce, Derek relata que a experiência foi enriquecedora. “Foi bastante trabalhoso, mas muito gratificante, pois tivemos a oportunidade de ter contato com diversos grupos de pesquisa que trabalham com assuntos distintos daqueles que trabalhamos no Leem. Isso é importante para agregar e entender o Adapta como um todo, e não somente como uma iniciativa que trabalha com peixes”, relata Campos.
A pesquisadora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Carine de Freitas, faz parte do corpo editorial e também publicou o artigo intitulado “Involvement of HPI-axis in anesthesia with Lippia alba essential oil citral and linalool chemotypes: Gene expression in the secondary responses in silver catfish”. “Fiquei feliz e grata por poder contribuir e publicar nesta edição, pois o Short Notes é uma publicação científica voltada para pesquisadores, e é mais acessível do que revistas internacionais. Isso torna o avanço do conhecimento e da informação no nosso meio mais rápido”, avalia. “Assim é possível abranger um número maior de pessoas de forma relativamente mais simples”, diz.
Segundo a editora-chefe da publicação, a pesquisadora Vera Almeida-Val, o volume atual teve maior contribuição dos pesquisadores. “Também fizemos questão de realizar uma avaliação compondo um corpo editorial com dois editores executivos e um conjunto de pesquisadores, que nos auxiliaram a avaliar a qualidade científica das notas bem como o nível e originalidade dos resultados. Por fim, contamos com o auxílio de dois pesquisadores que realizaram um trabalho de revisão minuciosa e primorosa, ou seja, uma revisão profunda do formato, referências etc.”, explica.
A revisão foi realizada pelos pesquisadores Maria de Nazaré Paula da Silva e Renan Diego Amanajás. “O trabalho deles nos possibilitou apresentar um produto melhor que o da primeira edição. Estamos entusiasmados com essa divulgação e com a possibilidade de manter uma diagramação primorosa, apresentarmos um produto visualmente bonito e com bom conteúdo. Quem sabe no final de 2020 não possamos publicar uma segunda parte do volume 2?!”, diz Vera.
O que é um Short Note
O Short Note é um tipo de comunicação científica mais curta e objetiva que as demais, porém, tem conteúdo maior que um resumo e menor que um artigo científico completo. Segundo o coordenador Adalberto Luis Val, no caso da publicação realizada pelo INCT Adapta, o objetivo é que em breve a publicação se consolide como uma publicação internacional regular. “Estamos aprimorando a publicação para que saia sempre em língua inglesa, a língua universal da ciência. No futuro, ela pode sinalizar e referenciar o que deve ser socializado de uma maneira rápida”, revela Val. “A publicação do Short Notes nesta fase não impede que ele dê origem a outras mais amplas futuramente, e veiculadas em revistas científicas indexadas”, acrescenta.
Na opinião do editor executivo Derek Campos, o Adapta está na sua fase mais madura e a publicação mostra sua evolução. Campos também acredita que a publicação mostra perspectivas científicas promissoras para as áreas de Ecologia, Fisiologia e Aquicultura. “Essas informações podem se converter em bases para o gerenciamento e planejamento de gestão ambiental através dos órgãos responsáveis, mas também para trabalhos relacionados à produção econômica, principalmente à Aquicultura. A Aquicultura, aliás, tende a buscar produtos ecologicamente responsáveis e que não diminuam a capacidade pesqueira. E é justamente isso que os trabalhos do Adapta visam, não só o trabalho ecológico, mas também o benefício produtivo”, finaliza.
Pesquisas
A doutora em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva, Luciana Fé, destaca os estudos sobre clima, hipóxia, xenobióticos, poliaminas, dopamina exógena e o uso de prebiótico na ração de peixes. “Todo o conteúdo desta edição é muito relevante para quem atua na área de pesquisa das mudanças climáticas. Temos notas sobre caracterização fisiológica de organismos aquáticos, descrição de performance natatória, organização de genomas e até a abordagem de uma técnica inédita que mensurou traços de DNA em amostras coletadas nos rios Negro e Solimões”, destaca Luciana.
Os 37 estudos estão relacionados às áreas cobertas pela segunda fase divididas em quatro seções correlacionadas que englobam adaptação biológica de organismos aquáticos às mudanças climáticas, diversidade aquática e ferramentas de conservação, mudanças climáticas e adaptação aos desafios ambientais e avanços da aquicultura.
INCT Adapta
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT/Adapta) foi implantado em 2009 com o objetivo de avaliar os processos adaptativos das espécies aquáticas em diferentes ambientes, naturais ou modificados pelo homem, às mudanças climáticas na Amazônia. Sediado no Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (Leem), do Inpa, o INCT engloba 28 grupos coordenados por pesquisadores do Inpa e de outras instituições nacionais e internacionais. A primeira fase durou até 2018; a segunda segue até 2022.
Coordenado pelo biólogo Adalberto Luis Val, os números do Adapta, somente nesta segunda fase, são expressivos. Até o presente, acumula 126 apresentações científicas, 228 artigos publicados em periódicos, contribuição com 21 capítulos de livros, 25 livros publicados, organização de 44 eventos, 31 trabalhos completos publicados em anais de eventos, entre outros. Também já formou 69 mestres, 32 doutores e 68 alunos de iniciação científica.
O INCT Adapta é um dos 102 INCTs criados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para agregar, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa na fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Além disso, eles impulsionam a pesquisa científica básica e fundamental competitiva internacionalmente; estimulam o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica de ponta associada a aplicações para promover a inovação e o espírito empreendedor.
Somado a isso, os INCTs têm como objetivo a formação de redes de pesquisa, consolidação de parcerias institucionais, abordagem multidisciplinar em temas estratégicos para o país, formação e capacitação de recursos humanos altamente qualificados. Destaca-se o investimento a longo prazo, sem o qual não é possível ações desta natureza. Dentre as parcerias, destaca-se a capacidade de mobilização dos principais agentes de promoção do desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil, uma vez que, além do MCTIC por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), participam a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as Fundações de Amparo à Pesquisa Estaduais, e cooperações internacionais. No caso do Amazonas, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) tem papel basilar.
ACESSE A PUBLICAÇÃO A PARTIR DE 06/02/2020: https://abre.ai/shortnotesvol2