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15 de fevereiro de 2020Atenta ao novo modelo de educar que envolve família e escola, a Prefeitura de Manaus deu início a um movimento de conscientização nas escolas municipais para alertar pais e alunos sobre o perigo de brincadeiras da internet, como o novo “Desafio da Rasteira”, que tem aparecido em vídeos compartilhados nas redes sociais. Mesmo a brincadeira não tendo sido registrada nas 498 unidades de ensino, que atendem os mais de 240 mil estudantes da rede municipal, os gestores têm implementado atividades para reforçar o combate à violência nas escolas.
Responsável pela política educacional de Manaus, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) coloca em prática o compromisso ético e moral de prevenir, combater, identificar, acolher e cuidar das crianças e adolescentes das unidades escolares da rede. Para isso, setores da secretaria e escolas realizam uma força-tarefa para evitar que essa brincadeira de mau gosto continue a não ser praticada em nenhuma das escolas municipais.
“Para uma educação de qualidade, é preciso considerar todos os fatores que contribuem para o desenvolvimento cognitivo, físico e, inclusive, o social. Por isso, a prefeitura está sempre atenta ao bem-estar de nossos alunos e é determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto que busquemos sempre inovar em prol de um processo de ensino e aprendizagem pleno e efetivo. Então, uma temática como essa não poderia deixar de ser trabalhada em nossas escolas”, declarou a secretária da Semed, Kátia Schweickardt.
A diretora do Departamento de Gestão Escolar (Dege), Marcionília Bessa, disse que a Semed realiza ações de orientação sobre violência e outros temas nas escolas durante todo o ano letivo, mas intensifica sempre que um assunto “viraliza” na sociedade. Segundo ela, a rede municipal utilizará as mesmas ferramentas para combater esse desafio. A diretora lembrou, também, que o apoio da família é muito importante nessas situações.
“A Semed já trabalha a campanha de prevenção e combate à violência durante todo o ano letivo, envolvendo o bullying e cyberbullying e nós percebemos que essas novidades que chegam aos jovens tomam uma dimensão muito grande. Com isso, nós vamos usar a mesma ferramenta com um vídeo para espalhar o que é correto, vamos divulgar pelas redes sociais e aplicativos de conversa que incentivem a amizade, amor, companheirismo e que aprendam a diferenciar o que é brincadeira e não algo velado de brincadeira e que causa danos à saúde. Nesse processo precisamos do apoio da família para que conversem com as crianças e garantimos que a nossa parte vamos fazer”, relatou Marcíonilia.
Ações
O combate à violência e outros temas transversais são trabalhados de forma interdisciplinar e por meio de atividades complementares, que estão incluídas na proposta pedagógica e no calendário escolar da Semed e que são abordados por meio de campanhas, seminários, oficinas, rodas de conversas, produção de textos reflexivos e outras atividades educativas.
A coordenadora das Ações de Prevenção e Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes da Gerência de Atividades Complementares e Programas Especiais (Gacpe), Eliana Hayden, explicou como será o papel da Semed diante desse novo desafio.
“A Semed não permite nenhum tipo de brincadeira com cunho violento no ambiente escolar, principalmente, nesse nível que agora estamos sendo surpreendidos, que pode deixar sequelas irreversíveis na vida das pessoas. Nós vamos intensificar junto às escolas, com orientação para os alunos, sobre essa atitude e informar também que quem praticar será responsabilizado, tanto aluno, quanto a família”, comentou Eliana.
Assim como existem pessoas que não tem noção do perigo que a brincadeira pode causar, a pequena Maria Eloísa dos Santos Abrante, 10, do 5º ano, aluna da escola municipal Sérgio Pessoa, no bairro Presidente Vargas, zona Centro-Sul, disse que conhece a brincadeira, acha muito errado e nunca participaria de tal ação.
“Isso não é brincadeira, eu soube que uma pessoa já morreu, já vi até um vídeo que fizeram com uma idosa e ela bateu a cabeça no chão. Eu nunca brincaria disso, é muito perigoso e acho que ninguém deve fazer isso com os seus amigos, porque uma pessoa pode morrer”, aconselhou Eloisa.
A Semed orienta que as escolas e as famílias coloquem em prática o que estabelece o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) que
“é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor, ou seja, além da família, deu um papel importante e amplo a toda a sociedade”.
Desafio
Crianças, adolescentes e até adultos têm participado do “Desafio da Rasteira”. Na “brincadeira”, duas pessoas se posicionam ao lado de um colega, que é orientado a pular e, então, recebe uma rasteira. A pessoa acaba caindo e batendo a cabeça no chão, o que pode causar danos no crânio, no cérebro, na coluna e levar até a morte.
Fotos – Eliton Santos / Semed