Coronavírus: Fechamento das galerias populares e shopping Phelippe Daou, por 15 dias
25 de março de 2020Embarcações de linhas interestaduais estão impedidas de atracar em Santarém
25 de março de 2020O prefeito de Amaturá, Joaquim Corado, anda apreensivo com o descaso da população indígena em relação à transmissão do coronavírus. Segundo ele, os indígenas da região estão levando à vida normalmente, circulando pela cidade, viajando de um município para o outro, visitando parentes e se reunindo para as festividades das tribos, desobedecendo às medidas protetivas de prevenção contra a COVID-19.
“Estou preocupado com a saúde deles. Os indígenas são muito resistentes em aceitar as recomendações do Ministério da Saúde pedindo para evitar aglomerações, usar máscaras, lavar às mãos e passar álcool em gel para evitar a disseminação do coronavírus, eles possuem baixa imunidade e com isso ficam mais expostos ao vírus. Além deles não acreditarem no que falamos sobre os danos que o vírus pode causar a todos nós, eles também não acreditam nos casos de transmissão comunitária”, enfatizou Joaquim Corado.
O problema se agrava ainda mais porque o município ainda aguarda os repasses do Governo e vem sofrendo com a falta de materiais básicos para os cumprimentos das normas da Organização Mundial de Saúde para controle de epidemias, tais como máscaras, luvas, álcool 70%, medicamentos específicos e aquisição de kits para testes rápidos do coronavírus.
Ainda dentro das medidas aplicadas para frear o avanço da doença, está a ajuda dos profissionais de saúde, pessoas capacitadas para prestar os primeiros socorros nos casos suspeitos da COVID-19, o que o município também não dispõe.
Em locais onde o transporte pelos rios é muito utilizado como o município de Amaturá, o índice de contaminação pode aumentar, consideravelmente, caso não haja uma intervenção local rápida e eficiente nos portos da cidade.
Para conter o fluxo desmedido de saída dos índios das tribos para a comunidade local e cidades vizinhas, à prefeitura já promoveu ações de orientação e alerta contra a COVID -19 entre os caciques e outras lideranças indígenas, porém não foram atendidas.
“Nós já fomos na aldeia, chamamos para reunião o cacique, toda a tribo, a gente segue orientando. Tenho mobilizado e treinado pessoas para atuarem como agentes de contenção nos locais de entrada e saída de Amaturá, mas os índios continuam se movimentando muito. Tem que haver uma ação mais firme da FUNAI. Quem sabe com a ajuda deles, os índios se conscientizem mais dos riscos dessa doença”, destacou Corado.
Os indígenas representam 42% da população do município de Amaturá
Entre os municípios mais próximos estão Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença e Tonantins. Alguns locais já apresentam casos suspeitos de transmissão do coronavírus.
Amaturá fica distante cerca de 1.239km da capital Manaus. O ser humano é susceptível ao novo vírus e inexiste, ainda, contra ele proteção vacinal.