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18 de maio de 2020Celíacos e o novo coronavírus: especialista orienta para atenção redobrada
18 de maio de 2020Os sintomas são clássicos: tonteira, dor de cabeça, desmaio, sensação de pressão ou aperto no peito/cabeça e sangramento nasal. Por ser tão popular entre os brasileiros, muitos não hesitam em concluir que se trata da hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta. No último domingo, 17 de maio, foi comemorado o Dia Mundial da Hipertensão, data criada para conscientizar a população para a prevenção da doença e o tratamento adequado a fim de evitar o desenvolvimento de eventos cardiovasculares.
A doença, muitas vezes silenciosa, é responsável por cerca de 300 mil óbitos por ano, de acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Em tempos de pandemia, a prevenção e os cuidados com esta doença devem ser ainda maiores, pois os hipertensos estão entre os principais pacientes que podem sofrer complicações pelo novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com o médico cirurgião cardiovascular do Hapvida Saúde, Luiz Saraiva, a quantidade de pessoas que sofrem de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) vem se duplicando ao longo dos anos. A HAS é uma é uma doença crônica degenerativa multifatorial caracterizada pelo aumento dos níveis pressóricos acima de 135/85 mmhg e de caráter sustentado.
Uma das maiores preocupações dos profissionais de saúde é que a maioria dos casos de HAS são assintomáticos na fase inicial.
“As complicações da doença dependem dos órgãos atingidos. A princípio a HAS pode acometer quase todos os órgãos do corpo, sendo assim pode levar a insuficiência renal, cegueira total ou parcial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outros”, complementa Luiz.
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônica por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde apontou que o percentual de brasileiros com hipertensão subiu de 22,6%, em 2006, para 24,5%, em 2019. A doença, segundo o levantamento, é mais comum entre as mulheres (27,3%) em comparação aos homens (21,2%). Outro dado que chama a atenção é que a prevalência da hipertensão no Brasil aumenta conforme a idade e chega a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais.
Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão é um dos fatores de risco para a Covid-19. A doença não aumenta a chance da pessoa se contaminar, mas pode desencadear complicações mais graves caso seja infectada pelo novo coronavírus.
Efeitos neurológicos
Segundo Saraiva, diversos estudos provaram uma relação positiva entre demência e HAS.
“Várias teorias tentam explicar essa relação. Em teoria, a HAS levaria a microinfartos cerebrais ao longo de anos, e estes podem levar à demência”, pondera o médico. O tratamento da hipertensão arterial tem o objetivo de normalizar os valores pressóricos. “Isso deve ser obtido através de um tripé: terapia medicamentosa, alimentação e melhora dos hábitos diários como início de atividade física, abandono do cigarro, etc.”, complementa.
A faixa etária com a maior incidência de pressão arterial é a dos idosos, porque neles ocorre a diminuição da capacidade de elasticidade das artérias (endurecimento arterial) devido ao processo de aterosclerose.
“Porém vale ressaltar que atualmente a HAS tem acometido pacientes cada vez mais jovens”, assegura Saraiva. A prevenção, de acordo com o médico, se resume a melhoria dos hábitos de vida. “Vale adotar uma alimentação saudável, controle do peso, moderação do consumo de álcool, interrupção do fumo, evitar momento de estresse e curtir momentos de prazer”, finaliza o especialista.
Qualidade de vida
A alimentação saudável, aliada a exercícios físicos, é um dos principais fatores que levam ao controle da pressão arterial. O consumo de sódio é um dos principais hábitos alimentares que levam à hipertensão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a quantidade de sódio não seja superior a dois gramas por dia – o que equivale a cinco gramas de sal. A média global, ainda segundo a OMS, é de 9 a 12 gramas por dia.
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente um profissional de saúde especializado pode determinar o melhor método para cada pessoa.