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30 de junho de 2020Mesmo de portas fechadas ao público por causa da pandemia da Covid-19, o Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna continuou o trabalho de pesquisa dentro da unidade de conservação e pelo menos 60 espécies da flora foram registradas até agora. Em sua maioria, são plantas epífitas, que crescem em cima de caules e/ou outras árvores.
Segundo o biólogo e pesquisador Leandro Ferreira, a equipe de pesquisadores faz um trabalho constante de análise de todo o parque, para que seja percebida a vida da floresta e como as árvores e espécies se comportam durante o tempo. Os biólogos isolam um hectare e analisam árvores, folhagens e todas as espécies de plantas encontradas.
“Só de uma espécie da família das araceas, colocamos mais cinco novos registros para o Pará. Encontramos também árvores que ainda não estavam registradas no Estado, como uma do gênero sapotaceae, da família do abiu, conhecida como abiu arrepiado, pois solta cascas bem fácil” – Leandro Ferreira, pesquisador e biólogo.
Os profissionais dedicados ao trabalho de análise da vida e manutenção da floresta usam as chamadas parcelas permanentes dentro da mata para realizar a pesquisa. São áreas demarcadas em formações florestais, utilizadas com a finalidade de se obter dados sobre o comportamento das vegetações encontradas nestes espaços. De acordo com o pesquisador, o Parque do Utinga abriga uma rica biodiversidade de flora e reserva em sua área de aproximadamente 1.500 hectares.
Pesquisa
Todas as folhagens, galhos e plantas são enviadas para o laboratório para análise. Nos últimos dois anos, já foram catalogadas cerca de 500 espécies de plantas no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, uma das 26 Unidades de Conservação Estaduais geridas pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio).
A partir do trabalho realizado através de pesquisas, como a liderada pelo Leandro Ferreira e a novidade de novas espécies da flora, é que a unidade de conservação analisa e prepara a gestão ambiental para manter a floresta equilibrada.
“O trabalho dos pesquisadores em geral que atuam na unidade é fundamental para que possamos fazer a gestão desses recursos naturais. É a partir de todos os estudos que sabemos o que tem aqui, a manutenção do próprio ecossistema, possibilitando a preservação da fauna e flora na unidade de conservação”, ressaltou Socorro Almeida, diretora de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação (DGMUC), do Ideflor-bio.
Parque do Utinga
O Parque Estadual do Utinga (PEUt) é uma Unidade de Conservação Estadual criado com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, estimular a realização de pesquisas científicas e, além disso, incentivar o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, incluindo o turismo ecológico. Da área de aproximadamente 1.500 hectares, 98% fica em Belém e 2% em Ananindeua.