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8 de julho de 2020A melhoria da assistência ao paciente oncológico está no foco das pesquisas realizadas na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Atualmente, na fundação, 365 pessoas, entre pesquisadores e alunos, realizam estudos em diversas especialidades e áreas do conhecimento.
Nesta quarta-feira (08/07), comemora-se o Dia Nacional da Ciência e o Dia do Pesquisador Científico, data importante para destacar o impacto da pesquisa no serviço prestado aos pacientes. Entender o paciente para adequar os atendimentos e as abordagens terapêuticas necessárias, compreender o surgimento de alguns tumores e sua relação com características genéticas, desenvolver tipos e técnicas de tratamento mais adequados estão entre as questões pesquisadas.
“Nesse momento de reflexões sobre o papel da ciência na sociedade, mais do que nunca, a gente consegue demonstrar o quanto isso tem sido benéfico para a Fundação Cecon, para o nosso corpo técnico tanto no aperfeiçoamento quanto em melhoria dos processos e, principalmente, com reflexo direto para a população que utiliza os nossos serviços. Assim, vemos o quanto que é útil e aplicável o conhecimento científico”, avalia a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon (DEP), Kátia Luz Torres.
Análises de protocolos terapêuticos e de assistência, melhoramentos e estabelecimento de protocolos, novas técnicas de diagnóstico em exames do Laboratório de Patologia e dispensação de medicamentos visando à farmacoeconomia são alguns dos exemplos de estudos que estão sendo realizados na FCecon.
São doutores, mestres, especialistas, estudantes e colaboradores, dentre estes muitos servidores da FCecon. Há ainda a grande participação de alunos de doutorado, de mestrado e de iniciação científica, fortalecendo a área de ensino e pesquisa da FCecon por meio de parcerias com instituições de ensino públicas, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e instituições privadas.
Parcerias – A FCecon possui parcerias com instituições locais, nacionais e internacionais, como o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI) com quem desenvolve estudos voltados para o controle do câncer de colo de útero, o mais frequente entre as mulheres no Amazonas. O trabalho é integrado com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Universidade de Brasília (UNB) e com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e busca análises de alternativas para o sistema de rastreio de lesões precursoras e de câncer de colo de útero.
Mas, é em parceria com instituições do próprio Amazonas que a FCecon faz parte da Rede Genômica de Vigilância em Saúde (Regesam). O programa tem a finalidade de consolidar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico com inovação em genômica, que é o estudo da organização e da função biológica dos genomas.
O foco da Regesam é desenvolver pesquisas genômicas na área da saúde, com temas como o câncer. Participam do programa a FCecon, Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam), Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
“Estas parcerias proporcionam saltos mais largos no amadurecimento dos grupos de pesquisas da FCecon, troca de experiência, implementação de novas tecnologias aplicadas na assistência, na pesquisa em si e no ensino, e formação de recursos humanos. Tudo isso tem permitido que o Amazonas tenha conquistado infraestrutura e know-how para responder a perguntas e superar desafios que a rotina assistencial nos traz”, afirma Kátia Luz Torres.
Oncologia – Para a diretora, as pesquisas em oncologia, no Amazonas, têm característica e perfil de pesquisa aplicada.
“Mesmo quando falamos em estudos, como metagenômica do câncer de pênis, por exemplo, buscamos entender um pouco mais da gênese deste tumor, dos mecanismos biológicos envolvidos no desenvolvimento da lesão e até mesmo, causas imunogenéticas ligadas ao mesmo. Isto é, ‘como este tumor surge?’ e ‘será que tem relação com características genéticas dos indivíduos?’. Isso já estamos buscando responder e assim, poderemos conduzir melhor nossos pacientes e até mesmo, melhorar o processo de prevenção. Assim, cada vez mais, a ciência se alia à prática assistencial levando a avanços e melhorias. E isso podemos perceber acontecendo na FCecon”, avalia Torres.
Fotos: Rhyvia Araújo/FCecon