CPI da Saúde tem novos desdobramentos após ouvir testemunhas
24 de agosto de 2020Carnavalesco cria Barracão Solidário para ajudar quem faz a festa
24 de agosto de 2020DESTAQUE*| A data de 26 de agosto foi escolhida para comemorar o Dia Municipal do Carimbó na cidade de Belém. Para marcar a semana, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil apresentou no último domingo (23) um programa inédito sobre o ritmo do carimbó, que também é o nome da dança típica do Pará, considerada Patrimônio Cultural do Brasil em 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O programa foi gravado antes da pandemia do novo coronavírus.
A equipe de reportagem seguiu as batidas e os passos do carimbó atrás dos grandes mestres dessa arte. Foi da capital paraense até a Ilha de Marajó, a maior do estado, para conhecer um pouco mais sobre o ritmo. A origem do nome vem da palavra curimbó, o tambor utilizado nas rodas de carimbó.
“Sobre a origem do carimbó, temos um grande pesquisador, Vicente Salles (1931-2013), que fala o quanto o racismo influenciou as pessoas a dizerem que a origem é indígena, mas que na realidade, sigam os tambores, sigam de onde vêm os tambores e vocês vão entender”, disse a musicóloga Laurenir Peniche. “A origem do carimbó vem dos negros, que se mestiçaram com os indígenas e com os portugueses, e depois se disseminou por todo o estado do Pará”.
A equipe da TV Brasil atravessou a Baía do Guajará e desembarcou na Ilha de Marajó, mais precisamente na cidade Salvaterra. Lá existem 16 comunidades quilombolas, de onde saíram grandes mestres do carimbó. Um deles é o mestre Damasceno, que nasceu na comunidade quilombola de Salvar. Ele foi o criador do chamado búfalo-bumbá e é um dos mais importantes para o carimbó marajoara.
Do ambiente pastoril das fazendas de Soure, também do Marajó, vem um carimbó mais melódico, que tem na figura do Mestre Diquinho um dos maiores representantes.
“Tu imaginas aquelas vastas terras, pasto que não acaba mais, e tu ali sozinho, tocando gado, naquele silêncio oco. Então, claro que isso marca a estética (musical) do caboclo”, explica o pesquisador musical Marcello Gabbay.
Na cidade de Soure também fica o Grupo de Tradições Marajoaras Cruzeirinho, um dos grandes responsáveis pelo difusão do carimbó marajoara.
“O resgate das nossas danças, das nossas músicas, a gente conseguiu nas fazendas, porque foi lá que o carimbó chegou primeiro, por meio dos escravos africanos”, contou a coordenadora do grupo, Maria Amélia Ribeiro.
Em Belém, os repórteres conheceram a família do Mestre Verequete, que morreu em 2009. Ele foi um dos maiores representantes de um carimbó mais tradicional, chamado Pau e Corda e que não utiliza instrumentos eletrônicos. A influência dele é tão importante para esse ritmo, que a data do aniversário de Mestre Verequete foi escolhida para comemorar o Dia Municipal do Carimbó.
Ainda na capital paraense, a equipe seguiu até a Passagem Álvaro Adolfo, no bairro da Pedreira, conhecida como a Rua do Carimbó. Lá acompanhou um ensaio do Grupo Sancari, que mantém a tradição do chamado Pau e Corda. E na passagem também mora a Diva do Carimbó Chamegado, a cantora Onete, com quem foi gravada uma entrevista especial, mas na cidade do Rio de Janeiro.
Foto: Gustavo Serrate
*Com informações da Agência Brasil