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30 de outubro de 2020Na última quinta-feira (29) foi celebrado o Dia Nacional do Livro. A data tem como objetivo ressaltar a importância do hábito que é capaz de transmitir conhecimento, emocionar, divertir e relaxar. O livro tem sido um excelente companheiro para todas as horas, principalmente na pandemia do Covid-19. Para se ter uma ideia, neste período, cresceu o número de sebos on-line e a compra de aparelhos que facilitam a leitura de livros digitais. Além disso, a Associação Nacional de Livrarias (ANL) registrou, em setembro, aumento de 10,6% com vendas de livros.
Para o escritor, professor e coordenador do curso de Jornalismo do Centro Universitário Fametro, Gustavo Soranz, ler continua sendo fundamental na formação da subjetividade enquanto indivíduos e da sociedade. “É por meio da leitura que a gente adquire não só conhecimento, mas também valores e princípios, e isso é muito importante levando em conta que hoje a informação está disponível com facilidade nos dispositivos móveis e circula com velocidade avassaladora”, destaca.
Na avaliação de Soranz, isso não significa que as pessoas estejam mais informadas ou lendo mais, mas sim que estão sendo assediadas por informação o tempo todo e, com isso, o nível de atenção e leitura é cada vez mais superficial. As pessoas se acostumam a ler somente títulos e pequenas frases.
“E, devido a isso, a população não tem tempo e nem consegue elaborar argumentações muito extensas, afinal, no ambiente das redes digitais isso não prolifera, tudo é muito rápido e curto. E a leitura combate isso porque ajuda a desenvolver a nossa atenção, paciência e reflexão, que são essenciais para enfrentar esse desafio que é viver nessa avalanche de informações”, critica o professor.
Entretanto, há uma luz no fim do túnel, e usar a tecnologia como aliada no incentivo da leitura pode ser a saída. Gustavo explica que isso é possível porque a internet permite democratizar e otimizar o acesso a livros, revistas e sites que disponibilizam textos literários, o que se torna uma alternativa para a população que não possui condições financeiras para adquirir os livros físicos, que ainda são objetos considerados caros no Brasil.
O professor acredita que o maior desafio é o das instituições de ensino, culturais e poder público criarem programas e projetos que estimulem o hábito da leitura e o tornem atraente para uma geração que é muito estimulada pelo conteúdo audiovisual, interativo e em ambientes imersivos.
“Esses espaços também podem remeter universos criados na literatura. O cinema é cheio de exemplos assim, um deles é o Harry Potter, as crianças que viram os filmes foram buscar conhecer a série através dos livros e isso abre a porta do interesse para literatura”, explica o professor.