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10 de novembro de 2020A comunidade indígena Parque das Tribos, situada no Tarumã, Zona Oeste da cidade, foi o cenário escolhido para o início das ações da sexta edição da Virada Sustentável Manaus, festival de mobilização para a sustentabilidade correalizado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Mais de 200 mudas de árvores frutíferas foram plantadas, neste sábado, dia 7, e distribuídas na comunidade.
Neste ano, as ações da Virada Sustentável não podem ter participação do público em geral, como tradicionalmente acontece no festival. Para evitar aglomerações e seguindo os protocolos de segurança, e prevenção contra o coronavírus, participaram apenas alguns voluntários do Conselho Criativo da Virada e da empresa DHL Global Forwarding Brasil, responsável por articular a doação das mudas.
A coordenadora da Virada Sustentável Manaus e responsável pelo Programa Cidades Sustentáveis da FAS, Paula Gabriel, destacou a importância da ação. “Precisamos nos reconectar com a natureza, sair do asfalto, lembrar como é colher fruta no pé. Aqui é um lugar bem emblemático, já foi muito desmatado e tem uma resistência indígena, achamos que seria o local ideal”, disse Paula.
Todas as medidas de segurança e prevenção à Covid-19 foram adotadas para preservar a saúde dos participantes. “Intervenções como essa deixarão pequenos legados para a cidade. Por meio das nossas redes sociais (@viradasustentavelmanaus) esperamos que as pessoas de Manaus e do Brasil possam acompanhar um pouquinho do movimento que a Virada Sustentável está fazendo neste ano”, destacou Paula.
Plantio
O plantio de mudas no Parque das Tribos aconteceu no campo de futebol da comunidade, visando a restauração ecológica da área degradada e a conservação de uma nascente de rio que existe no local. A comunidade indígena, habitada por mais de 700 famílias de 35 etnias, é uma das localidades onde a FAS vem atuando através de projetos de mobilização social e sustentabilidade urbana, buscando a melhoria da qualidade de vida da população.
A voluntária e ativista ambiental, Samela Sateré Mawé, ressaltou que a mobilização é, acima de tudo, uma ação de sobrevivência. “Em várias partes da cidade estamos perdendo nossa biodiversidade. Essas mudas vão ser árvores frutíferas ou árvores que a gente utiliza na nossa medicina tradicional, então é uma questão de reviver nossa ancestralidade. Usamos essas mudas tanto para comer, quanto para fazer remédios naturais”, pontou ela que é da etnia Sateré Mawé e também atua nas ações indigenistas da FAS.
“Estamos apenas devolvendo para a natureza, é quase uma espécie de resgate do que foi desmatado”, acrescentou a ativista social e uma das mobilizadoras da Virada Sustentável em Manaus, Giselle Mascarenhas.
Doação
A equipe da Virada Sustentável também doou mudas para a comunidade, em frente à Igreja São Gabriel Arcanjo, onde estão sendo realizados testes sorológicos para diagnóstico da Covid-19. “A Virada está acontecendo aqui na comunidade e isso é muito importante para nós. Além de fortalecer toda nossa luta pelo território e fortalece também o movimento indígena na região”, comentou a técnica de enfermagem e ativista indígena da etnia Witota, Vanda Ortega, que reside no Parque das Tribos.
Novo formato
Neste ano, em decorrência da pandemia do coronavírus, a Virada Sustentável Manaus ocorrerá pela primeira vez em formato online, com transmissão de apresentações de artistas regionais, contação de histórias, talks sobre temas diversos, oficinas, sessões de yoga e entonação de mantras, entre outras atividades, por meio do Instagram @viradasustentavelmanaus e do canal “Virada Sustentável” no YouTube. O festival também terá intervenções visuais em alguns pontos da cidade, sem público.