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17 de dezembro de 2020Os elementos visuais que marcam a memória, a paisagem urbana e a identidade presente nas principais vias dos municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM) podem ser conferidos no “Álbum Digital Iconografias Urbanas”. O livro, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), traz o mapeamento dos principais elementos visuais encontrados nos municípios de Careiro, Iranduba, Manacapuru, Manaus e Rio Preto da Eva, como monumentos, construções, elementos naturais, comunicação visual, percurso, dentre outros.
O Projeto “Iconografias Urbanas” é alicerçado na construção de um vocabulário normativo, ou seja, um conjunto de termos, conceitos, categorias e palavras-chave relacionados ao levantamento, classificação, estudo e análise das visualidades urbanas capazes de levar a reflexão e compreensão dos aspectos da construção de identidades culturais na RMM.
O acervo digital foi produzido pela doutora e professora do curso de Letras da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Evany Nascimento, e pelo professor doutor Valdemir de Oliveira, também da UEA. A pesquisa também contou com apoio do grupo de pesquisa constituído por alunos de graduação, profissionais formados e estudantes de pós-graduação dos cursos de Letras, Artes, Design e Geografia.
Segundo Evany, o mapeamento também será realizado em Itacoatiara, Novo Airão e Presidente Figueiredo, que não foi feito devido à paralisação das atividades de campo em razão da pandemia da Covid-19.
Ela enfatiza que as imagens são textos importantes para leitura sobre as cidades e sintetização de aspectos culturais e identitários.
“Investigar esses elementos visuais contidos na paisagem dessas vias pode nos revelar as marcas dessas culturas, a sobreposições, os distanciamentos, as sincronias e, assim, entender como está se compondo a identidade ou identidades da Região Metropolitana de Manaus. A escolha de envolver as oito cidades se deu porque à época do envio do projeto (em 2014) essa dimensão de território havia sido recém-criada, podendo revelar assim elementos recentes de uma relação de perdas, trocas e influências da capital Manaus”, relata.
Além do livro digital, o projeto resultou no “Blog Iconografias Urbanas” (https://www.iconografiasurbanas.com/) que apresenta alguns aspectos das pesquisas de campo e imagens coletadas durante o desenvolvimento do projeto. “Também podemos dizer que temos como resultado do projeto a realização de três projetos de iniciação científica (2019-2020) e o início de mais três (2020-2021) com estudantes de Letras e Geografia da UEA”, conta.
Segundo Evany, a pesquisa poderá contribuir para novos estudos sobre a cidade abarcando pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, por constituir-se como uma pesquisa interdisciplinar, especialmente nas áreas de Design, Letras, Artes, Arquitetura, Geografia, em diferentes níveis acadêmicos.
“Esperamos que novas pesquisas sejam desenvolvidas e mais materiais possam ser produzidos a partir da metodologia que construímos. E que ela alcance os grupos de pesquisa sobre cidade no nosso Estado e em outros lugares do Brasil e que chegue aos professores como recurso didático para a sala de aula”, destaca.
Apoio Fapeam – Evany afirma que o apoio da Fapeam fez toda a diferença no projeto, porque possibilitou a compra de equipamentos como os notebooks, máquinas fotográficas, tablet e outros materiais utilizados para a captação das imagens, processamento dos dados e análise, constituindo assim a construção de um minilaboratório de imagem para o projeto.
“Os equipamentos constituem um bem precioso a ser incorporado pela universidade, auxiliando assim também na pesquisa de outros grupos e alunos da instituição. Além desse apoio técnico instrumental, vem o reconhecimento da importância dessas pesquisas sendo realizadas como parcerias com outras instituições públicas. O que muito nos motiva a continuar desenvolvendo pesquisa”, relata.
PPP – O estudo teve fomento por meio do Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP) da Fapeam, que visa o suporte à fixação de jovens pesquisadores e nucleação de novos grupos, em quaisquer áreas do conhecimento, e apoia aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica.
FOTO: Reprodução