Estudo evidencia queda nas populações de aves em áreas intactas da Floresta Amazônica
17 de dezembro de 2020Dj Evandro Jr realiza ‘Live de Todos’, neste domingo (20)
18 de dezembro de 2020Motivada a gerar novos espaços editoriais na cidade de Manaus, a aluna do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas (PPGLA/UEA), Luana Aguiar, criou uma editora independente e artesanal de obras do segmento de Literatura, Artes e Humanidades. Trata-se da Editora Transe, que tem ainda a colaboração da também mestranda do PPGLA, Anne Caroline do Nascimento, do aluno de graduação em Letras da UEA, Bruno Oliveira, e do professor de Filosofia da UEA, Victor Leandro da Silva.
A Transe tem como objetivo publicar obras literárias inéditas dos mais diversos gêneros literários, como contos, romances, poemas e crônicas, e incentivar a produção de um núcleo de tradutores na região, através de publicações de traduções de obras de domínio público que ainda estejam sem tradução para a língua portuguesa.
Luana conta que a ideia inicial era apenas a de montar uma editora, diagramar os próprios livros e terceirizar a impressão em gráficas. No entanto, após analisar os custos, percebeu-se que os valores continuariam altos, devido à impressão terceirizada, o que seria desvantajoso tanto para a equipe quanto para os leitores. Foi quando os integrantes da editora, por meio de pesquisas e tutoriais, conheceram o formato de livros feitos à mão e decidiram produzir artesanalmente as obras.
Processo – Os exemplares da editora são impressos, furados e costurados na casa de Luana. A impressora utilizada é comum, doméstica, sendo priorizada a qualidade da impressão em jato de tinta. Após impressas, as folhas são dobradas e encaixadas em um berço de furação, onde Luana fura a lombada com um utensílio chamado “agulhão”. Depois disso, os livros são costurados com uma linha resistente.
“A crise pandêmica mundial e a crise política no Brasil só nos fizeram ver como a arte é importante no dia a dia. Foram a literatura, o cinema e a música, por exemplo, que nos acalentaram (e ainda acalentam) nos momentos de apreensão da quarentena, em nossas casas. A criação da editora, com a viabilização da leitura e a produção por pessoas próximas, foi como uma longa respiração de alívio em meio ao caos, mesmo que inacabado”, afirmou Luana.
Dificuldades – A diretora do projeto também explica que há dificuldades em se encontrar certos materiais em Manaus e lojas que comercializem utensílios mais avançados, como prensas, kits de gabaritos, berços de encadernação. O berço utilizado na Editora foi produzido em uma marcenaria, devido ao alto frete estipulado pelas lojas on-line para envio à região Norte, e os gabaritos de furação são produzidos em um papelão, por Luana nunca ter encontrado um à venda na cidade.
No mês de novembro, foi lançado como livro-experimento a obra “Estocolmo”, do professor Victor Leandro. As expectativas são que, antes do fim do ano, a equipe lance o livro nº 1, uma coletânea de contos, poemas e crônicas intitulada chamada “Prelúdios”, que contará, em sua maioria, com textos de mestrandos e alunos de graduação da UEA.
Fotos: Divulgação