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7 de janeiro de 2021O cenário contemporâneo de uma Manaus urbana e conectada é o pano de fundo para esta série que narra as desventuras compartilhadas por um grupo de amigos com mais de trinta anos. É protagonizada por Letícia, mulher solteira com conflitos de relacionamento, uma covarde do amor que performa uma vida perfeita no universo virtual, mas no real usa mandingas amazônicas e a tecnologia para tentar passar do quinto encontro.
As complexidades de vivências universais como a de relacionar-se em tempos líquidos, por exemplo, em um cenário que permite também o contato com a magnitude da natureza, com a influência do folclore e dos conhecimentos de populações tradicionais são os ingredientes da série de ficção “Calendário de Letícia”, uma comédia dramática ambientada na Amazônia.
O projeto foi contemplado com o Prêmio Manaus de Conexões Culturais 2020, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), com recursos emergenciais da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020) para o desenvolvimento da bíblia de venda e dos roteiros da primeira temporada da série.
Em 2019, “Calendário de Letícia” participou do laboratório de projetos do Festival Visões Periféricas no Rio de Janeiro-RJ, onde recebeu consultorias com Victor Lopes e Simone Melamed e participou de rodadas de negócios com a Fox/Disney, Mais Globosat, e GNT.
Em 2020, o projeto foi selecionado para o Núcleo de Projetos Audiovisuais – NPA, onde recebeu consultorias online com Daniel Tavares (roteirista e professor na EICTV- Cuba), Jessica Candal (roteirista premiada no festival de Gramado por “Ferrugem”) e Jaqueline Souza (Tertúlia Narrativa – roteirista da série “Boca a Boca” da Netflix).
Lugar de fala
“A ideia original da série surgiu em uma aula de roteiro dentro da especialização, onde escrevi uma longline de uma mulher que não passava do quinto encontro por conta do uso de aplicativos e da facilidade do descarte que se tornou os relacionamentos afetivos na era digital. Eu queria falar de nós, mulheres, especialmente porque observava o tema recorrente nas minhas rodas de conversa de amigos e na minha própria vida, afinal, nós dos 30 e tantos anos ficamos na safra do “meio” – meio analógicos, meio digitais – e estamos tendo que nos adaptar “na marra” a esse tipo de relação mediada”, explica uma das criadoras e, também, roteirista da série, Lídia Ferreira.
Durante o curso de especialização, Lídia e Anne Lise criaram a primeira versão do argumento e, dali em diante, se associaram para desenvolver a série.
“Discutir as ideias durante o processo de escrita era uma tarefa constante nas aulas. Da ideia original, desdobramos o cenário amazônico e criamos novos personagens, demos profundidade à temática dos relacionamentos líquidos com leveza e humor. Debochar e, ao mesmo tempo, rir ao falar desse entre-lugar que nós, mulheres, vivemos”, afirma Anne Lise Ale, também criadora e roteirista, natural de Mato Grosso do Sul e radicada no Paraná.
Após o projeto de desenvolvimento dos episódios da primeira temporada da série ser contemplado no edital, outros dois roteiristas e uma pesquisadora passaram a integrar a sala de roteiristas: E. M. Z. Camargo, roteirista de Curitiba (PR), produtor da animação “Apneia” (2019), co-diretor da animação “Vivi Lobo e o Quarto Mágico” (2019) e diretor do documentário “Fora da Caixa” (2017). Marcos Tupinambá, de Manaus (AM), produtor, pesquisador e roteirista, graduado em Comunicação Social pela Ufam e em Produção Audiovisual pela UEA, com passagem pela Academia Internacional de Cinema (AIC-SP) onde cursou Produção Cinematográfica, e pós-graduação em Artes Visuais pelo SENAC. E Steffanie Schmidt, jornalista radicada em Manaus há 13 anos, com experiência em impresso e assessoria na área de Cultura.
Criadoras da série
Lídia Ferreira é jornalista, especialista em Cinema (Unespar). Após 12 anos dedicada ao jornalismo cultural em veículos impressos de Manaus (AM). Integrou a equipe do curta universitário “AURORA” como continuista, é assessora do Festival Breves Cenas há oito edições. Idealizadora, criadora e roteirista da série CALENDÁRIO DE LETÍCIA.
Anne Lise Ale é fundadora da produtora Julieta Audiovisual. Especialista em Cinema e Artes do Vídeo (Unespar). Produtora, roteirista e diretora. Produziu o curta-metragem “Vivi Lobo e o Quarto Mágico” (2019), animação vencedora de 12 prêmios nacionais e internacionais, exibido em mais de 13 países.