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16 de janeiro de 2021Desde o último sábado (09/01), a dona de casa Meire Jane Farias, 39, não conseguia ver o marido, Willame Nascimento, 48, internado no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto com Covid-19. Recomendada pelas equipes a procurar a tenda de acolhimento psicossocial do Governo do Amazonas, pela primeira vez depois de dias ela pôde matar as saudades de Willame, ainda que seja pela tela de um celular.
O serviço de “visita virtual” é oferecido pelo Governo do Amazonas na Fundação Allan Kardec, local onde funciona a tenda de acolhimento psicossocial para familiares com pacientes internados na unidade hospitalar. O local acompanha mais de 200 famílias por meio de um atendimento psicológico e humanizado, divulgando informações sobre as movimentações daquele paciente e realizando o intermédio com o familiar.
Com o auxílio de uma assistente social, a dona de casa Meire Jane Farias pôde falar com o marido internado em um dos leitos.
“Foi ótimo porque a gente não estava vendo ele, que internou desde sábado e estávamos sem contato. Foi bom ver ele agora. Ele já está mais recuperado, porque ele veio para cá (Hospital 28 de Agosto) faltando muito ar e agora já está com outro semblante. Isso me deixa mais tranquila porque nós não estamos vendo, não pode ficar acompanhante e alivia mais o coração. A energia é positiva para pegar logo alta”, afirmou.
Mediação – Dentro do hospital, o trabalho de mediação é executado pelo psicólogo Henrique Redman. Ele conta que a ideia surgiu a partir de um trabalho difundido no Hospital das Clínicas, em São Paulo, sobre a aproximação da família, paciente e equipe durante a internação em tempos de pandemia.
O profissional explica que as visitas virtuais acontecem todos os dias, a partir das 7h. Por meio da tenda de acolhimento, o familiar entra em contato com Henrique e passa o nome do paciente. Em seguida, o psicólogo busca o familiar nas enfermarias e localiza o leito para a visita virtual.
“Faço primeiro o contato com o paciente, verifico se ele quer, se ele aceita fazer a videochamada e na mesma hora eu já retorno. Assim a família pode ver o paciente e ter uma notícia, ver como ele está. Não é necessariamente um boletim médico, mas ela pode ver como está o paciente”, explicou Henrique.
Ainda segundo o psicólogo, a medida aumenta a proteção das famílias, evitando a circulação de familiares nas dependências do hospital.
“Imagina você que é familiar e você entra aqui e sai, vai encontrar com os outros familiares idosos e em vez de ter só um familiar, aqui vão ter dois ou três. É uma ação que ajuda em várias facetas, reaproxima a família, evita o contato com outros familiares de risco que não podem estar aqui ao redor do hospital para pegar informação. A população e os pacientes só têm a ganhar com essa ação”, destacou.
Fotos: Arthur Castro / Secom