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19 de fevereiro de 2021Como parte do tratamento contra a Covid-19, o Governo do Amazonas tem oferecido serviço de fisioterapia terapêutica em unidades de saúde em toda a rede. Desde janeiro, 155 novos profissionais foram admitidos, temporariamente, e 39 tiveram o contrato de trabalho dobrado, somando 194 fisioterapeutas contratados pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM). O aumento no número desses profissionais compõe o esforço concentrado do Governo do Estado no sentido de impedir o agravamento no quadro do paciente de Covid-19 nas unidades de urgência e emergência.
De acordo com o chefe do Departamento de Recursos Humanos da SES-AM, Mário Ernani Mendonça, a ampliação no número de profissionais de fisioterapia em toda a rede, especialmente nos pronto-socorros e Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), tem o objetivo de dar uma melhor resposta ao paciente no estágio inicial da doença e, consequentemente, diminuir a possibilidade de um agravamento.
“Essa foi uma ação estratégica adotada em todas as unidades de urgência e emergência. Os fisioterapeutas estão na porta de entrada (pronto-socorros e SPAs) para dar uma melhor resposta ao paciente precoce, ainda no início dos sintomas, somando esforços para que o quadro não se agrave, para que não seja necessária a intubação. A SES contratou, desde janeiro, 194 fisioterapeutas. A rede estadual ainda demanda por 31 fisioterapeutas, e estamos trabalhando no sentido de viabilizar essas contratações, ampliando o serviço”, disse.
Acesso ampliado – A iniciativa do Governo do Amazonas de contratar fisioterapeutas para a rede de saúde assegura às pessoas com dificuldades respiratórias o acesso a mais profissionais na assistência e uma nova alternativa no fluxo de atendimento hospitalar.
Um dos prontos-socorros que vêm ampliando, gradualmente, a oferta de fisioterapia terapêutica é o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) João Lúcio Pereira Machado. No ano passado, a unidade executou 52.183 procedimentos de fisioterapia terapêutica, um percentual 50% maior quando comparado aos anos anteriores.
O serviço de fisioterapia está inserido no processo de reabilitação funcional dos pacientes desde o início da internação. A assistência é realizada na sala rosa, destinada a pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) 1 e 2 e semi-intensiva. Nesses setores, nas enfermarias e nos outros três andares da unidade hospitalar – como clínica cirúrgica e pós-operatório de cirurgias ortopédicas e neurológicas –, o paciente é assistido com suporte multiprofissional.
Segundo o coordenador do Serviço de Fisioterapia do HPS, Sérgio Cruz, a produtividade aumentou em mais de 50%, comparado aos anos anteriores. Conforme ele, agosto registrou o melhor indicador do ano, com um total de 5.156 procedimentos lançados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. No último trimestre do ano, os serviços somaram 13.717, com média mensal de 4,5 mil fisioterapias terapêuticas.
“Para mim, três fatores específicos permitiram esse bom desempenho. O aumento no número de profissionais e de recursos do SUS destinados para o serviço nos últimos dois anos, o comprometimento da equipe e o serviço voluntário realizado através do nosso ‘Programa de Aprimoramento Profissional em Fisioterapia Intensiva em Terapia Intensiva’ e do ‘Aprimoramento Profissional em Fisioterapia Intensiva Neurofuncional’”, explicou.
O HPS João Lúcio conta com 25 fisioterapeutas, dos quais 14 são concursados e 11 são profissionais contratados, em janeiro deste ano, para ampliar o atendimento aos pacientes acometidos pelo novo coronavírus.
O serviço de fisioterapia, em 2020, concentrou-se nas UTIs, totalizando 28.510 procedimentos, o que equivale a 54,63% do total ofertado na unidade. Seguido da unidade semi-intensiva, que contabilizou 7.258 dos serviços de fisioterapia.
Pacientes com Covid-19 – Sérgio Cruz ressalta que a fisioterapia respiratória tem um papel fundamental para evitar intubações na porta de entrada e também auxilia na recuperação do condicionamento cardiopulmonar dos pacientes pós-Covid-19, com alta da UTI.
“Fazemos o trabalho de fisioterapia respiratória desde a avaliação e eleição do paciente para fazer uso da Ventilação Não Invasiva (VNI), com o propósito de evitar intubações. Na sala rosa garantimos assistência 24 horas de fisioterapia para os pacientes que internam com comprometimento pulmonar em decorrência da Covid-19”, destacou o coordenador.
O cuidado fisioterapêutico precoce tem o objetivo de tratar os sintomas respiratórios no início do quadro viral e reduzir as chances de intubações, de internação prolongada e invasiva e eventual óbito dos pacientes.
FOTOS: Herick Pereira/Secom