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18 de maio de 2021Há cinco anos o jovem músico, Moisés Mollo Piñeiro, tinha apenas 16 anos quando desembarcou na capital amazonense junto os pais e a irmã. A família veio da Bolívia, país que faz fronteira com o Brasil, após uma longa viagem de barco que durou uma semana, percorrendo os rios Madeira, Amazonas, Solimões e Rio Negro. No país vizinho, a família deixou para trás uma loja de calçados, principal fonte de renda, após drástica queda nas vendas.
“As vendas ficaram baixas e as contas não paravam de chegar, então o pouco dinheiro que entrava era só pra pagar dividas”, relata o jovem boliviano.
A esperança de uma nova vida em terras tupiniquins surgiu após um conhecido da família, residente em Manaus, oferecer ajuda. Ao desembarcar aqui, em meados de 2016, Moisés e o pai trabalharam na oficina de móveis do amigo que os acolheu.
“Depois meu pai foi trabalhar numa fábrica, eu ajudava ele as vezes. Nem sempre eu ganhava algum dinheiro, era mais para ajudar meu pai”, lembra o jovem músico.
Atualmente, os pais de Moisés trabalham como vendedores ambulantes, numa banca alugada na área central da cidade.
“Eles vendem de tudo, água, refrigerante, salgados, doces, etc. É muito difícil entrar no mercado de trabalho” conta. “Minha irmã mais nova, somente estuda no momento, está terminando o ensino fundamental, e no próximo ano já entra no ensino médio”, acrescenta.
Em 2019 a arte falou mais alto. Musicista nato, Moisés toca violino desde os 13 anos.
“Passei a me dedicar a dar aulas e com isso, passei a ganhar dinheiro por meio da minha arte”, comemora.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus não tirou a esperança do violinista. Após vencer a doença, esse ano ele procurou o SEBRAE e conseguiu o registro de Microempreendedor Individual (MEI).
“Depois que eu descobri as vantagens em me tornar MEI, procurei o SEBRAE para me regularizar e fortalecer o projeto de dar aulas de violino. Tive que me virar, porque eu não sabia como fazer”, lembra. Agora, habilitado para dar aulas como microempreendedor individual, Moisés faz planos para o futuro, com metas e sonhos ambiciosos.
“Minha mãe é cabeleireira, porém deixou de exercer a profissão para ajudar meu pai na loja de calçados, na Bolívia. Num futuro, se Deus quiser, desejo abrir um salão para ela, e montar um negócio estável para o meu pai. Porque eles sempre me deram tudo o que eu precisava”, reconhece o filho, que também tem sonhos com o templo sagrado da arte amazonense.
“Quero tocar no Teatro Amazonas junto com a Orquestra Amazonas Filarmônica, e popularizar minha arte de forma que os jovens possam se interessar em aprender a tocar violino”, revela o jovem artista boliviano, que não esconde suas inspirações musicais.
“Uma pessoa que me inspira muito é o violinista Yehudi Menuhin, a história dele é muito inspiradora. E também a consagrada cantora, compositora e atriz francesa, Édith Piaf. Amo sua história, assisti o filme, me fez até chorar. A voz dela quando canta, parece que a alma treme”, diz emocionado.
“A música dela me inspirou a não desistir. Quando saí da Bolívia, não foi fácil, deixei muitas pessoas no meu país, tive que abrir mão de muita coisa, e por algum tempo nem sabia o que fazer. Sei que não sou o melhor violinista, mas treino todos os dias. A música da Édith Piaf me ajudou a superar muitas fases difíceis”, desabafa, entregando que está aprendendo outras músicas da diva francesa e que vai fazer um arranjo para uma apresentação especial, para lançar oficialmente, seu nome no cenário artístico local.
Instagram do artista: @yehudi_novat