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22 de junho de 2021Um dos ícones mais expressivos da literatura brasileira pós-moderna, o escritor, poeta e professor universitário, João de Jesus Paes Loureiro completa Nesta quarta-feira (23), 82 anos.
Em comemoração a data, será realizado o lançamento virtual do seu novo livro “Andurá”, pela editora Valer nesta terça-feira, dia 22, às 19h.
O evento será transmitido pelo instagram da Lia Sophia (@liasophia). O lançamento contará ainda com um bate-papo sobre outras obras do autor, como o “Cultura amazônica: uma poética do imaginário”, “Triádicos” e claro o protagonista do dia “Andurá”.
Obras
Dentre a vasta obra do escritor que nasceu no Pará, destacam-se Porantin (1979), Deslendário (1981), Cantares amazônicos (1985), Altar em chamas (1989), Elemento de estética (1989) e “Cultura amazônica – uma poética do imaginário” (1991), a qual consiste na tese de doutorado do escritor elaborada, em 1990, em Sorbonne, Paris, França.
A poesia de João Paes Loureiro revela uma visão de mundo marcada por intenso humanismo e por uma capacidade compreensiva da realidade que o cerca acima dos padrões do normal e fora do âmbito da simples experimentação.
Além do universo mítico, da cultura e história social da Amazônia, o poeta também se interessa por temáticas que tratam do mundo como um todo e da própria poesia (metalinguagem). Suas experiências de vanguarda lhe renderam a prisões, perseguições e até tortura, durante o regime militar, no período de 1964 a 1976.
No entanto, a poética de João de Jesus Paes Loureiro se sobressaiu com a introdução da modernidade na literatura paraense.
Premiações
A qualidade da produção literária de Paes Loureiro lhe proporcionou várias premiações como o Primeiro Prêmio do Serviço Nacional de Teatro (1976) pela peça Ilha da Ira, o Prêmio INACEN/MEC (1977) por Procissão do Sayrê, o Prêmio de Poesia (1994) da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela obra Altar em chamas e o Prêmio Jabuti (1998) por Romance das três flautas ou de como as mulheres perderam o domínio sobre os homens (1987).
A consciência social e o moderno apelo ecológico que João Paes Loureiro demonstra em sua obra são frutos de um amor incondicional pela Amazônia. Loureiro “come, bebe e respira” a Amazônia, em suas veias corre o sangue do orgulho nativo que pulsa ao ritmo da correnteza dos rios da região. Sua imaginação, povoada pelas criaturas fantásticas do folclore amazônico, flutua sobre a mata verde e virgem do Norte brasileiro e faz surgir à sofisticada e infindável epopeia que declara o amor do escritor pela misteriosa região onde plantou suas raízes.
Breve biografia
Nascido em Abaetetuba, no Estado do Pará, em 23 de junho de 1939, viveu a infância e adolescência às margens do rio Tocantins e atualmente vive em Belém.
O contato íntimo com o ambiente amazônico desde tenra idade foi responsável por fazer florescer o dom da poesia no autor que se revelaria um dos maiores destaques da literatura paraense.
Formado em Direito, Letras, Artes e Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará e é professor de Educação Artística, Filosofia e Comunicação na mesma instituição. Possui títulos de Mestre em Teorias Literárias e Semiologia e de Doutor em Sociologia da Cultura.
Já atuou na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Belém, na Secretaria de Cultura do Pará e na Secretaria de Educação do Pará. Foi superintendente e criador da Fundação Cultural do Pará – Tancredo Neves, bem como fundador e presidente do Instituto de Artes do Pará (IAP).