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9 de julho de 2021Mapear experiências de sucesso em tecnologia social da Amazônia, focadas na melhoria das condições de vida dos povos da região, e instalar unidades demonstrativas de tecnologias inovadoras em espaços de visitação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). Estes são os objetivos do projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social desenvolvido pela Coordenação de Tecnologia Social (Cotes) do Inpa.
A proposta do projeto é fortalecer o ecossistema de inovação na Amazônica, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região Norte e do Brasil, por meio da apropriação do conhecimento científico e tecnológico e transferência de tecnologia à sociedade, além da reaplicação junto aos segmentos urbanos e rurais amazônicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O projeto conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
“Mapear as tecnologias sociais da Amazônia é muito importante, porque não se trata apenas de conhecer as iniciativas e as experiências que têm sido desenvolvidas, mas aquelas exitosas e adequadas para a nossa região, ou seja, que se centram nos problemas fundamentais que vivemos quanto ao acesso à água, alimentação, práticas agroecológicas, desenvolvimento de materiais para habitação, dentre outras experiências em várias áreas, mas que sejam adequadas à região Amazônica”, destacou a coordenadora do projeto, Denise Gutierrez.
A iniciativa busca fomentar a articulação das Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICT’s) vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – Inpa, Museu Paraense Emílio Goeldi e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – e das instituições integrantes da Rede de NIT da Amazônia Ocidental (Amoci), coordenada pelo Inpa, bem como seus parceiros, que são importantes atores na gestão da inovação e do desenvolvimento e aplicação de tecnologia social. Eles atuam na inclusão socioeconômica, redução das assimetrias regionais, da produção e acesso público à ciência, tecnologia e inovação e no cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável definidas na Agenda 2030.
Segundo a coordenadora, o projeto vai revitalizar unidades demonstrativas de tecnologias sociais e instalar outras unidades de tecnologias recentes e inovadoras em espaços de visitação pública do Inpa, com destaque para o Bosque da Ciência. O parque, que está com visitas presenciais suspensas em decorrência da pandemia de Covid-19 e no momento passa por obras de reforma, é voltado ao lazer, educação ambiental e popularização da ciência, e já conta em seus atrativos com tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do Inpa, a exemplo do purificador de água solar (Água Box ou Ecoloágua) e a Casa Ecológica de Bambu.
Além das Unidades Demonstrativas serão produzidos protótipos expositivos.
“Esses protótipos vão nos apoiar na difusão dessas tecnologias sociais e sustentáveis para a sociedade e para o público em grandes eventos nacionais, como feiras de tecnologia e inovação, SBPC e SNCT”, explicou Gutierrez.
Em outro projeto coordenado por Gutierrez, Implantação de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia (Iudaa), já encerrado, foram instaladas pelo Inpa e seus parceiros unidades em propriedades de pequenos produtores e em organizações públicas de Benjamin Constant e Tabatinga, na região do Alto Solimões. Mais que um espaço físico, as unidades demonstrativas do Iudaa eram um conjunto de relações e esforços em diversos espaços, e envolvia um circuito de visitação, capacitação de produtores e inserção de espécies nativas.
Levantamento das tecnologias
O projeto já iniciou o levantamento das tecnologias sociais existentes na Amazônia. Se você é autor ou participa de algum projeto que resultou numa tecnologia social, participe da pesquisa. Basta acessar o link aqui e responder ao questionário. A sua contribuição é importante para a sistematização e popularização das tecnologias sociais na Amazônia.
Resultados Esperados
· mapeamento do conjunto de tecnologias sociais sustentáveis existentes nas várias instituições;
· disseminação, reaplicação e aperfeiçoamento de tecnologias sociais consolidadas, que se encontram em fase de escala, promovendo a apropriação de conhecimentos e técnicas;
· promoção das tecnologias sociais, como ações e políticas intersetoriais de desenvolvimento, visando estimular a implementação de empreendimentos de economia solidária de impacto social e econômico e a interação do público e de potenciais beneficiários das tecnologias sociais já implementadas;
· elaboração de parâmetros para a construção futura de uma plataforma aberta do MCTI para consultas e reaplicação das tecnologias sociais.
Saiba mais
As tecnologias sociais incluem novos produtos, dispositivos ou equipamentos, novos processos, procedimentos, técnicas ou metodologias e novos serviços, bem como inovações sociais, organizacionais e de gestão.
Os critérios adotamos pelo projeto para a definição de uma tecnologia social são: uso aberto (sem patente); baixo custo; simplicidade que permite reaplicação; construída em processo de interação com o grupo beneficiado (em algum momento); destinada a resolver um problema concreto e relevante para os beneficiados e que já foi aplicada com efetividade.