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20 de agosto de 2021Potencializar a criação artesanal por meio de um método de desenvolvimento de produtos que expressem originalidade e valorização da identidade cultural Amazônica é a contribuição que a Associação Zagaia Amazônia tem oferecido aos 40 artesãos e artesãs participantes do Projeto “Manaus Feita à Mão”, realizado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi).
O projeto que teve início em junho deste ano oferece ao longo dos meses capacitação contínua aos artesãos manauaras preparando-os para o mercado do artesanato nacional, com desenvolvimento de novos produtos, originais e que tragam em sua imagem a valorização da identidade cultural de quem os produz.
A Associação Zagaia Amazônia, em parceria com a Semtepi, montou um conjunto de metodologias para formar, aperfeiçoar e levar excelência ao mercado artesanal em um universo de 40 artesãos, selecionados pelo Departamento de Economia Solidária e Criativa da Semtepi – dentre eles 20 artesãs fazem parte da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN).
A capacitação realizada pela Zagaia acontece em parceria com a designer de produto Carol Oliveira, colaboradora de projetos do Studio Sérgio J Matos. Esta parceria busca estimular nos artesãos o desenvolvimento de novos produtos artesanais com a influência no design na valorização das peças produzidas buscando ampliar o público consumidor para o cenário nacional e com isso gerar mais perspectivas de faturamento para os artesãos.
De acordo com Rozana Trilha, presidente da Zagaia e coordenadora geral do projeto. A formação dos artesãos acontece de forma tanto presencial quanto virtual para os 40 participantes, com atendimentos individuais, com duas horas de atendimento cada.
“A identidade cultral de ribeirinhos, povos indígenas e de todos artesãos que recebem nossa formação é o foco do que queremos valorizar e expressar no produto final de cada um deles. Isso garante um valor agregado e com força de mercado. Nosso objetivo é trabalhar a cultura voltada para a floresta, ajudando os artesãos a expressar, por meio do artesanato, todo o universo amazônico que existe dentro deles, que certamente é um universo belo”, completa a presidente.
MULHERES INDÍGENAS E ARTESÃS
Conhecimento tradicional e técnico se unem para proporcionar aos participantes, de forma prática, a utilização de novas ferramentas, trazendo as tendências criativas nacionais e inspirando novas coleções de artesanatos, baseadas no desejo do consumidor. Para as mulheres da AMARN que participam do projeto, a iniciativa é uma oportunidade de conectar teoria e prática, voltadas para confecção de produtos artesanais agregando valor amazônico alinhado à vontade do consumidor.
Para Joana Galvão, do Povo Dessana, cada experiência vivida e adquirida pelas técnicas apresentadas e orientadas pela Zagaia está sendo de grande valia e uma forma de manter viva a identidade do seu povo indígena.
“Os nossos trabalhos são muito importantes, não só para o nosso sustento, mas para manter nossas raízes. Eu pretendo repassar tudo o que estou aprendendo para meus filhos e netos, pois é muito difícil para eles que nasceram na cidade manter a raiz indígena. E o artesanato é uma forma de existirmos e resistirmos sempre”, destacou Joana.
A AMARN caminha para seus 35 anos de fundação e o projeto veio intensificar o potencial artesão indígena. Clarice Arbela, do Povo Tukano e coordenadora de articulação política da Associação AMARN, falou que o projeto desenvolvido pela Zagaia tem ajudado a aprimorar as técnicas de cada mulher indígena que retira o sustento de sua família daquilo que ela mesma produz e falou das expectativas de todas elas após o projeto.
“O Manaus Feita à Mão vai nos trazer abertura de portas, ampliar os horizontes nos trazendo novas oportunidades. Com isso esperamos atrair parceiros e propagar a nossa cultura indígena para além de nossas comunidades”, ressaltou Clarice.
O Diretor de Economia Criativa e Solidária da Semtepi, Sidney Nunes, disse que o objetivo maior do projeto é gerar renda e desenvolver os artesãos de forma técnica e exaltou a habilidade de formação da Zagaia Amazônia.
“Nosso objetivo é a geração de renda, fomento e desenvolvimento para os artesãos de Manaus e junto com a Associação Zagaia será possível melhorar o desempenho do artesão, dar maior agilidade na realização dos seus trabalhos e fazer com que eles tenham mais produtos e de melhor qualidade para o público”, concluiu Nunes.
SOBRE A ZAGAIA
A Associação Zagaia Amazônia é uma entidade sem fins lucrativos que atua, há mais de 15 anos, na região amazônica com foco no desenvolvimento de projetos na área de Economia Criativa, a partir dos ideais dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e em consonância com os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Os projetos e ações da Zagaia são voltados para a erradicação da pobreza, a luta pela igualdade de gênero, a promoção do crescimento econômico, do direito ao trabalho decente e a redução da desigualdade. Como caminho de solução, a Zagaia utiliza o empreendedorismo inovador para transformar para melhor a vida das pessoas hoje e das futuras gerações, desenvolvendo uma cultura empreendedora, econômica e socialmente responsável.