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20 de setembro de 2021Na última quarta-feira (15/09), a Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), com o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), realizou um vernissage, da “1ª Mostra de Arte Indígena de Manaus – Meu Povo”, que estará aberta gratuitamente ao público do dia 22 de setembro a 25 de outubro, no salão nobre do Palácio Rio Branco, localizado na Avenida 07 de setembro s/n, Praça Dom Pedro II, Centro Histórico de Manaus.
A mostra indígena reunirá os mais variados estilos de arte, exibindo quadros de grafismos ritualísticos e antropológicos, bem como a arte urbana das novas gerações que vivem na capital, esculturas e objetos que retratam as várias culturas presentes nas etnias Mura, Kokama, Dessana, Tukano, Tuyuka e Warao. A criatividade indígena como arte é expressa na pintura corporal, cerâmicas, plumagens, artefatos, cestarias e máscaras com representações de suas cosmografias.
O evento contou com a presença do presidente do Concultura, Tenório Telles, o vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, a titular da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Marcivana Sateré e do professor João Paulo Barreto Tucano, curador da mostra.
“A mostra indígena é histórica e simbólica. Histórica porque é o primeiro grande evento de reconhecimento e valorização dos artistas indígenas de nossa cidade. É simbólica porque representa o compromisso da gestão do prefeito David Almeida de reconhecer a nossa ancestralidade e principalmente valorizar a população indígena de Manaus. Marca o início das comemorações do aniversário da cidade, um fato inédito, pois é um evento que leva a história da Manaus, no lugar onde ela teve seu início, há mais de 300 anos. Representa o reconhecimento de pintores, escultores, artistas que trabalham com marchetaria, cestarias, indumentárias, cerâmica, com produtos culturais indígenas. Uma grande celebração da memória, da história, da arte e principalmente da nossa ancestralidade indígena”, enfatizou o presidente do Concultura, Tenório Telles.
As obras de arte são quadros em tela e madeira, cestaria, marchetaria, técnicas de pintura tradicionais, grafite e material orgânico da floresta desenvolvida por oito artistas plásticos indígenas que moram em Manaus e dois convidados do município Autazes, e da Venezuela o povo warao: Paulo Olivença, Tuniel Mura, Chermie Ferreira Kokama, Jaime Diákara Dessana, Kina Kokama, Otilia Warau, Tchanpan Marikawa, Kawena Marikawa.
“Esta iniciativa é muito válida. Manaus é uma cidade que nasceu desse encontro de vários povos indígenas com a comunidade branca que chegou a esta região. É um trabalho de acolhimento, de valorização, e principalmente, para reparar esse longo silêncio que se abateu por mais de 350 anos, em relação a essas populações, ao nosso passado. Nós só podemos respeitar alguma coisa, se nós a conhecemos. Nós queremos promover essa reflexão, esse debate, para que a população conheça, valorize e reconheça a importância das populações indígenas na nossa formação cultural”, observa Tenório Telles.
O presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, afirma que a realização da mostra está dentro do plano de governo do prefeito David Almeida, que começou com a criação da Aldeia da Memória Indígena, na praça Dom Pedro II, bem como outras ações como feiras e eventos voltados aos povos indígenas.
“A mostra tem forte repercussão local e possivelmente nacional, e marca a reparação do passivo histórico desse silêncio de mais de 351 anos”, aponta Alonso.
A “1ª Mostra de Arte Indígena de Manaus – Meu Povo” cria um momento de valorização de artistas consagrados e novos artistas, um espaço de reflexão sobre diversas expressões e linguagens artísticas.
“Enfrentamos no nosso cotidiano, grandes desafios como indígenas para ocupar o nosso espaço. É um privilégio este momento. É uma grande responsabilidade porque até então, não existia um artista Mura, do meu povo. Estou começando agora como artista, é a oportunidade de mostrar o meu talento, minhas obras para que o mundo possa conhecer. As obras não são apenas uma figura, uma gravura ou um desenho, mas é uma história. Cada arte é a história do meu povo, da minha aldeia, daquilo que a gente vivencia no dia a dia”, enfatiza o estreante artista indígena da etnia Mura, Tuniel, ao lado de sua obra ‘Mulher Encantada’.
O artista veterano Paulo Olivença comenta sobre sua participação e sua obra “Faz escuro, mas eu canto”, com técnica mista, uma alusão ao livro de Thiago de Melo, enfatizando a relação íntima e mística captada pelo indígena, ao absorver essa energia da floresta.
“Mesmo participando de exposições pelo mundo, ao lado de artistas de renome e em lugares muito importantes artisticamente, com uma obra consolidada e ganhando muitos prêmios, nada tira a importância deste momento, de participar ao lado de meus parentes indígenas”, enfatiza o artista Paulo Olivença, da etnia Kokama.
O presidente do Concultura, Tenório Telles, enfatiza a presença indígena nas diversas atividades que serão desenvolvidas ao longo da programação de aniversário de Manaus, além dos editais de fomento voltados a arte indígena.
“Além da exposição, teremos lançamento de livros, danças ritualísticas, lives com populações indígenas falando do seu passado e ancestralidade. Será um mês de muita celebração da nossa história, da nossa memória e do nosso passado, com a participação de mais de12 etnias, com a presença de lideranças e artistas indígenas. Com certeza mais um passo para que possamos criar uma aproximação maior entre as populações indígenas e a população em geral que vive na cidade de Manaus”, afirma Telles.
“A longo prazo, teremos o lançamento de um projeto de formação com várias oficinas, além de um edital de fomento para atividades culturais por zonas da cidade, e principalmente valorizando artistas que de um modo geral, não tem oportunidade, entre eles, artistas indígenas”, enfatiza o presidente do Concultura
SERVIÇO
O que: “1ª Mostra de Arte Indígena de Manaus – Meu Povo”
Quando: 22 de setembro a 25 de outubro de 2021, de segunda a sexta-feira, de 09h às 16h
Onde: Palácio Rio Branco- Av. 7 de setembro s/n, Praça Dom Pedro II, Centro Histórico de Manaus.
Quanto: Entrada gratuita