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30 de setembro de 2021Em cartaz no Museu Afro Brasil, em São Paulo, a exposição “Terra em Transe”, a partir de agora, conta com a participação do fotógrafo amazonense Michael Dantas. Com curadoria de Diógenes Moura, a mostra tem, ao todo, 60 profissionais de diferentes Estados do País e mais de 600 imagens reunidas.
A mostra chega a capital paulista ampliada, com temas como as queimadas no Pantanal e na Amazônia, o incêndio na Cinemateca, o desastre ambiental de Brumadinho e a tragédia social provocada pela pandemia. As novas imagens e vídeos se juntam às obras originais da exposição, de autores como Miguel Rio Branco, Nair Benedicto, Maureen Bissiliat, Mario Cravo Neto, Evandro Teixeira, Marlene Bergamo e Lalo de Almeida ao lado de registros de fotojornalistas de todo o Brasil destacando desde o AI-5, em 1968, até o incêndio no Museu Nacional em 2018, passando pelas manifestações religiosas, o caos urbano, os desastres ambientais e as desigualdades sociais e raciais no país.
Segundo Michael Dantas, o curador Diógenes Moura fez contato com ele depois da publicação de uma foto no jornal Correio Brasiliense, em 2020, na primeira onda da pandemia.
“A foto foi feita no Educandos, encontrei um menino brincando no quintal da casa dele, onde só tinha lixo, e, na época, se recomendava muito o isolamento social, limpeza e não tinha nada disso. Essa foto também foi finalista no Prêmio Vladimir Herzog no ano passado”, destaca o fotógrafo. “Feliz e honrado em participar da exposição coletiva que vai ficar até dezembro em cartaz em São Paulo”.
Além de Michael Dantas, também fazem parte desta nova fase nomes como Araquém Alcântara, Boris Kossoy, Carla Carniel, Dani Tranchesi, Daniel Kfouri e João Castellano.
Curadoria – Escritor e curador de fotografia, Diógenes Moura lançou a mostra “Terra em Transe” em 2018, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Para a edição atualizada, ele reuniu o material durante sete meses e o processo de montagem em São Paulo vai ganhar um documentário dirigido pelo curador e por Daniel Kfouri.
Museu Afro Brasil – Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do Parque Ibirapuera, o equipamento tem, em 11 mil m², mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros.
O acervo conta com diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros e traz temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, além de registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
Trajetória – Michael Dantas, fotógrafo oficial da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, trabalha como repórter fotográfico há mais de 15 anos, período em que também atuou nos principais veículos de comunicação da região Norte, além de agências internacionais.
Entre os prêmios ao longo da carreira do fotógrafo estão “Pakuá – 1º Prêmio Brasileiro de Fotografia Aérea”, em 2020; a posição de finalista no “42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos”; “Prêmio Osvaldo Paquetá” (Melhores do MMA nacional), em 2017; menção honrosa no “Prêmio New Holland de Fotojornalismo”, em 2016; primeiro lugar no “Prêmio Correios de Fotografia”, em 2014; “Prêmio New Holland de Fotojornalismo”, em 2014; e uma menção honrosa no “Concurso Fotográfico Leica-Fotografe”, em 2009.
Entre novembro de 2017 e janeiro de 2018, o trabalho de Michael Dantas sobre o guaraná, um fruto típico da Amazônia, resultou em uma exposição fotográfica realizada em São Paulo. Em 2020, durante cobertura jornalística da pandemia de Covid-19, teve três fotos selecionadas para o compor o livro anual das 120 melhores fotos do ano, da Agence France-Presse (AFP).
FOTOS: Alex Pazuello (Michael Dantas)/Diógenes Moura (fotos da exposição)