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16 de maio de 2022Nesta terça e quarta-feira (17 e 18), será realizado o 3º workshop do Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) “Metodologias sustentáveis para repulsão da ictiofauna do tubo de sucção das unidades geradoras”, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus (AM). O objetivo é apresentar resultados das pesquisas e compartilhar informações do projeto, além de disseminar tecnologia e conhecimento para os integrantes do projeto.
A iniciativa é desenvolvida pela Energia Sustentável do Brasil S.A. (ESBR) concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau, em parceria com o Inpa, a Universidade de Brasília (UnB), a Fundação Aroeira e a Venturo Consultoria Ambiental e segue as diretrizes do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica da Agência Nacional de Energia Elétrica (P&D/ANEEL).
O projeto, que será encerrado em agosto de 2023, abrange o desenvolvimento de metodologias sustentáveis pautadas em processos físicos e químicos para proteção da ictiofauna (conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região biogeográfica) durante as paradas das turbinas da Usina Hidroelétrica de Jirau, no rio Madeira, a cerca de 100 quilômetros de Porto Velho, em Rondônia.
De acordo com o pesquisador do Inpa e coordenador da equipe do Projeto, o Ézio Sargentini, é necessário modernizar os procedimentos das paradas das turbinas, já que ocorre por alguns instantes baixa vazão do fluxo d’água e pode propiciar o acúmulo e aprisionamento de peixes dentro das estruturas da usina, em especial nos rios da Amazônia que possuem uma grande quantidade de peixes como é o Madeira.
“Atualmente há pouco conhecimento sobre metodologias de repulsão física e química dos peixes do tubo de sucção das unidades geradoras das hidrelétricas. Também não se dispõe de estudos sobre a deterioração da qualidade de água aprisionada ao longo do tempo. E esses estudos vão nos ajudar a entender o processo de espantar os peixes das unidades geradoras, minimizando os impactos ambientais”, explicou o chefe do Laboratório de Química Analítica Ambiental do Inpa, vinculado à Coordenação de Pesquisa em Dinâmica Ambiental (LQAA/ Codam).
Do laboratório ao campo
No Laboratório de Química Analítica Ambiental do Inpa, foi desenvolvido um aquário instrumentalizado para fazer estudos controlados que simulam barreiras de repulsão que evitem a entrada de peixes nas estruturas da usina. Na estratégia química, a pesquisa está testando compostos comerciais sintéticos de princípios ativos de substância de alarme e buscando encontrar em peles de peixes amazônicos a mesma repulsão química. A proposta é poder dispersar as espécies de peixes que estão presentes no tubo de sucção, através do sistema de aeração instalado nas turbinas.
“As metodologias da pesquisa foram previamente estudadas em ambiente controlado nos aquários instrumentalizados desenvolvidos pelo grupo no Inpa. Na segunda etapa, iremos testar as nossas estratégias em campo, na Usina Hidrelétrica de Jirau”, contou Sargentini.
Entre as técnicas físicas utilizadas estão a repulsão associadas às manobras operacionais de elevação da velocidade do fluxo hidráulico, a barreira acústica (ruído e vibração) e a cortina de bolhas.
O professor da Venturo Consultoria, Júlio Cesar Rocha, ressaltou que a integração dos estudos acadêmicos em ambiente controlado associados aos experimentos durante as manobras operacionais da usina hidrelétrica (UHE Jirau) possibilitará a elaboração de um protocolo de rotina dedicado à proteção da ictiofauna aplicável ao setor hidrelétrico brasileiro.
Sobre o Workshop
O 3º workshop do Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) ocorrerá no Auditório de Ciência do Inpa, nos dias 17 e 18 de maio. É destinado apenas aos envolvidos no projeto, como pesquisadores, bolsistas e entidades executoras.
A programação do evento conta com a apresentação de nove palestras sobre Metodologias sustentáveis para repulsão da ictiofauna do tubo de sucção das unidades geradoras, além de visitas técnicas: Laboratório de Química Analítica do Inpa (LQAA), Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (Leem), ambos no campus 1, e à uma Fazenda de Aquicultura em Iranduba, que fornece os peixes para a pesquisa.
“A formação de recursos humanos com capacitação aprimorada é uma das prioridades deste projeto, a qual explora o intercâmbio de pesquisadores e pós-graduandos entre as instituições participantes, onde as linhas de atuação se complementam dentro de uma temática maior centrada na proteção da ictiofauna em empreendimentos hidrelétricos”, contou o professor da Universidade de Brasília, Carlos José Souza Passos.
Sobre o projeto
O projeto científico “Metodologias sustentáveis para repulsão da ictiofauna do tubo de sucção das unidades geradoras” é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sob o nº 06631-0009/2019 e desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Energia Sustentável do Brasil S/A (ESBR), concessionária da UHE Jirau. Iniciado em novembro de 2019, o projeto possui 46 meses de duração e orçamento de R$5.853.442,00. O projeto fomenta grupos de pesquisa da Faculdade UnB Planaltina (FUP/UnB) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).