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6 de abril de 2023Modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e à sua família, o método Canguru já é um antigo aliado nos cuidados humanizados no Hospital Materno Infantil de Barcarena (HMIB) Dra. Anna Turan, na região do Baixo Tocantins. Mas, agora, a técnica passou a ser adotada em prematuros extremos, ou seja, aos bebês que nasceram com menos de 28 semanas de gestação. A estratégia de intervenção biopsicossocial coloca em contato pele a pele mãe e/ou pai com a criança que está recebendo a assistência neonatal.
A sexta gestação da dona de casa Elizama Farias dos Santos, de 32 anos, foi diferente. Seu filho nasceu prematuro extremo e precisou ser intubado imediatamente após o parto. Ao retirar o uso da ventilação não invasiva com pressão positiva (VNI), usada por meio de uma máscara, ele, aos quatro dias de vida e pesando 790g, foi pela primeira vez para o colo da mãe.
“A minha sensação do método canguru é inexplicável. Só quem é mãe sabe a emoção de ter o seu bebê no colo. Quando eu o peguei nos meus braços, disse: eu estou aqui, meu filho. Isso é muito importante para nós, que somos mães de prematuros, é uma forma de sentir o bebê”, disse Elizama.
Mesmo não tendo uma a gestação planejada, a professora Marlucia Pinheiro Gomes, de 35 anos, já segue aliviada. A moradora de Abaetetuba, teve seu primeiro bebê com 27 semanas. Miguel Gomes Santana nasceu com 550g e é considerado prematuro extremo. Ainda intubado desde o nascimento, aos 6 dias de vida, ele teve o contato com a mãe.
“Para mim foi uma experiência maravilhosa e cheia de amor e cuidado entre mãe e bebê. É um momento mágico e inexplicável. No meu entendimento, tem como finalidade reduzir o período de separação entre mãe e filho. Foi memorável”, afirmou.
Técnica – Ao colocar pai e/ou mãe em contato pele a pele, o método fortalece o vínculo afetivo, a estabilidade térmica, o estímulo à amamentação e o desenvolvimento do prematuro.
“Comprovadamente diminui o tempo de internação deste bebê. A decisão da frequência e do tempo do método é da família. O processo deve ser orientado pela equipe multidisciplinar e os pais encorajados a participar dos cuidados de seu filho”, explicou a médica da UTI neonatal, Elizabeth Castro.
A profissional também esclarece que a técnica pode ser usada em qualquer recém-nascido, independentemente de sua idade gestacional.
“É adotado desde que tenha condições clínicas para realização e quanto mais precoce este contato, maiores serão os benefícios”, acrescentou.
Humanização – O método atende algumas das técnicas mais humanizadas, prazerosas e atrativas entre mãe e bebê.
“O Método Canguru possibilita o contato direto, fazendo com que ambos sintam a respiração e os batimentos cardíacos um do outro. É lindo olhar para a genitora e evidenciar o turbilhão de emoções que ela expressa ao se sentir peça importante na participação do cuidado do seu bebê, pois sabemos da angústia que esta mãe carrega devido à interação. Isso também nos deixa realizados como profissionais”, garante a enfermeira da UTI neonatal, Raiana Santos.
Outro benefício é a melhora da qualidade do desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido, que auxilia no controle térmico apropriado e ganho de peso.
“O Método Canguru colabora para a redução do risco de infecção hospitalar, aumenta as taxas de aleitamento materno, reduz o estresse e a dor do recém-nascido. Além disso, ele possibilita maior confiança dos pais no cuidado do seu filho até mesmo após a alta hospitalar”, acrescentou a fisioterapeuta Pâmella Pantoja.
Perfil – O público-alvo do HMIB é de mulheres gestantes e recém-nascidos. Sua abrangência inclui 11 municípios do Baixo Tocantins: Abaetetuba, Barcarena, Igarapé-Miri, Moju, Baião, Cametá, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Acará, Ponta de Pedras e Oeiras do Pará.
“Dentro da Rede Pública de Saúde do Pará, a unidade já é referência para atendimentos de média e alta complexidade de mães e bebês. Além de prestar um atendimento de qualidade, somos reconhecidos pelos projetos que evidenciam uma assistência humanizada”, explicou o diretor executivo do HMIB, Flávio Marconsini.
Administrado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan está localizado na cidade de Barcarena, a 114 km distante da capital Belém.
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