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8 de setembro de 2023No último mês, o Brasil vivenciou um apagão que deixou 25 estados e o Distrito Federal sem energia. Na ocasião, o sistema elétrico nacional perdeu 25,9% da energia em 10 minutos e afetou o dia a dia de brasileiros em todo o território nacional. De acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), os maiores índices de interrupções de energia acontecem entre os meses de outubro a janeiro.
Mas quais são as possíveis causas desses apagões? O professor do curso de Engenharia Elétrica da Wyden, Carlos Fielde de Campos, explica que um apagão pode ser causado por uma série de fatores diferentes:
“A demanda excessiva de energia em períodos de consumo intenso, como em dias quentes quando muitos ligam aparelhos de climatização, por exemplo, faz com que a necessidade de energia elétrica exceda a capacidade de geração e transmissão, levando a quedas de tensão e possíveis interrupções”.
Ainda de acordo com o professor, outras várias causas podem explicar uma queda de energia em território nacional:
“Problemas na infraestrutura, como falhas em linhas de transmissão, subestações e equipamentos de geração, eventos naturais como tempestades, raios, ventos fortes e enchentes que danificam a infraestrutura elétrica, além da falta de planejamento e do aumento do consumo de energia impulsionado pelo crescimento populacional e industrial, que também podem pressionar o sistema elétrico além de seus limites”, complementa.
Além de afetar a rotina das pessoas, um apagão causa prejuízos e um clássico inconveniente: o dano a aparelhos eletroeletrônicos.
“Os equipamentos eletroeletrônicos queimam em caso de surto na energia elétrica devido ao aumento repentino e excessivo na tensão elétrica. Esse aumento de tensão sobrecarrega os componentes internos dos dispositivos, causando falhas nos circuitos, queima de componentes e danos irreparáveis nos equipamentos”, explica o professor Carlos.
Cuidados para evitar que seus aparelhos queimem durante um apagão
Existem algumas medidas que podem ser tomadas para evitar que os aparelhos eletrônicos, como TVs, geladeiras, máquinas de lavar, micro-ondas, fornos elétricos, equipamentos de escritório, entre outros, queimem devido a surtos de energia, picos de tensão e outros problemas relacionados a apagões. O professor Carlos de Campos separou algumas delas:
Usar Protetores de Surto (DPS): utilize protetores de surto nos quadros de distribuição em que estão conectados os equipamentos. Esses dispositivos direcionam os excessos de tensão para o sistema de aterramento, protegendo os aparelhos contra picos de tensão.
Usar No-Breaks (UPS): para equipamentos sensíveis, como computadores, sistemas de segurança e equipamentos médicos, considere o uso de no-breaks. Eles fornecem energia de reserva temporária, isolando os dispositivos de maneira segura durante interrupções.
Desconectar equipamentos: durante tempestades desconecte os equipamentos das tomadas para evitar danos por surtos de tensão.
Usar Estabilizadores de Tensão: em locais com flutuações frequentes de tensão, como quedas de energia seguidas de restabelecimento, considere o uso de estabilizadores de tensão para manter a energia dentro de limites seguros.
Planejamento e Desligamento: caso saiba que ocorrerá uma interrupção programada de energia, desligue seus equipamentos de maneira adequada para evitar danos no retorno da energia.
Proteção dos Circuitos: em ambientes industriais ou residenciais onde existem muitos equipamentos conectados, considere instalar dispositivos de proteção de circuitos para limitar os efeitos de surtos elétricos.
“É importante ressaltar que essas medidas ajudam a minimizar os riscos, mas não há garantia total contra danos causados por problemas elétricos. A melhor abordagem é combinar várias estratégias de proteção para garantir a segurança e a integridade dos equipamentos”, reforça o profissional.
Em casos de equipamentos queimados, o consumidor tem direito a algum ressarcimento?
Desde o dia 1º de abril de 2022, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu que os consumidores têm até cinco anos para solicitar ressarcimento às distribuidoras se um aparelho elétrico em suas casas deixar de funcionar devido a falhas no fornecimento de energia. O pedido de ressarcimento feito dentro de 90 dias do problema terá um processo mais simples. Isso é parte da Resolução 1000/2021 da Aneel, que define direitos e deveres dos consumidores, permitindo que os aparelhos danificados sejam consertados por conta do consumidor antes da verificação da distribuidora.
“Tanto nas empresas quanto nas casas, a conscientização e o planejamento fazem toda a diferença para poupar equipamentos eletroeletrônicos dos danos causados por um apagão. Conscientizar funcionários e familiares sobre o que fazer durante um apagão, como desligar equipamentos para evitar danos no retorno da energia é uma importante estratégia para proteger os equipamentos eletroeletrônicos contra danos causados por quedas de energia”, finaliza o professor.
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