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22 de março de 2024Lançando novos olhares sobre a história dos seringueiros amazônicos, com uma metodologia inovadora da pesquisa por meio dos jornais, o livro ‘O seringueiro na imprensa amazonense’, escrito pelo historiador, teólogo e cientista da Religião, Daniel Barros de Lima, investiga as relações de trabalho que os seringueiros estabeleceram em nossa região, recuperando a realidade deles em suas vivências e experiências. O lançamento será na quarta-feira, dia 27 de março, a partir das 18h, na biblioteca do ICBEU, localizada na avenida Joaquim Nabuco, 1286, Centro.
O livro identifica em seu contexto espacial a região amazônica durante o processo de migração nordestina, no qual a produção da borracha dinamizou determinou economicamente a região. Em seu recorte temporal, de fins do século XIX e início do século XX, investiga as relações de trabalho que os seringueiros estabeleceram com outros sujeitos sociais, bem como com o próprio espaço e natureza.
Segundo o professor doutor Luciano Teles, do departamento de história da UEA de Tefé, a investigação possui como “pedra de toque” os periódicos da imprensa amazonense, que, além de fonte primária também se tornaram objetivo de pesquisa, pois neles o autor explorou as representações dos seringueiros sob variadas perspectivas. A imprensa que outrora era considerada fonte “pouco confiável”, devido a sua carga de subjetividade, nas últimas décadas se tornou fonte potencial e necessária para a pesquisa histórica.
“Com uma metodologia própria, conforme proposto por Tania Regina de Luca, a saber, sob três eixos de análise: a materialidade, o conteúdo e os idealizadores dos jornais, o autor concebeu a representação do real, melhor dizendo, a captura dos momentos particulares da realidade dos seringueiros problematizando importantes dimensões de suas vivências e experiências, além de entender os significados a eles atribuídos pelos próprios periódicos em sua lida cotidiana.” escreveu a professora na orelha do livro.
De acordo com a coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia e autora do livro ‘Para aquém ou para além de nós…’, Neiza Teixeira, o autor instiga o leitor a revisitar “O seringal e o seringueiro” a compreender o “panorama da diversidade e riqueza dos periódicos da imprensa amazonense”.
“O leitor conhecerá “as vivências e experiências” dos seringueiros amazônicos recuperando histórias relacionadas às condições de trabalho na selva, como violência patronal, endividamento, fugas, motins, afogamentos, suicídios, violências, conflitos com índios, brigas entre seringueiros, brigas por mulheres, adultérios, ataques de animais etc., e assim, é recuperada histórias que não tinham sido até hoje adequadamente exploradas.”, disse a coordenadora editorial.
Conforme o autor, de modo geral, a pesquisa se propôs a inventariar e analisar as múltiplas representações do seringueiro produzidas no interior da imprensa amazonense entre os anos de 1890 e 1920, da mesma forma como se interessou em inquirir acerca da própria realidade do seringueiro em suas ações cotidianas.
“Não se trata de produzir mais uma análise dessa história puramente do ponto de vista político e econômico e a partir dos registros ditos ‘oficiais’, mas, pelo contrário, apresentar uma história em que se perceba a construção da imagem do seringueiro.”, ressaltou o autor.
Para quem se interessou pela obra, basta acessar o site da Valer: www.editoravaler.com.br ou solicitar o livro pelo WhatsApp da editora: 92 99613-1113.
Sobre e editora
A Editora Valer atua no mercado editorial há mais de 30 anos, publicando obras com foco na Amazônia. Com mais de 2 mil obras publicadas, os livros vão desde poesia até Direito e pesquisas científicas.
A Valer dá destaque tanto para autores contemporâneos quanto para obras clássicas, como “Simá” (2011, Editora Valer), de Lourenço Amazonas, e “Poranduba amazonense” (2018, Editora Valer), de Barbosa Rodrigues.
Ainda em 2024, a editora Valer também voltará a ter uma livraria física em Manaus, dessa vez no Largo Sebastião. Lembrando que já existiu uma Livraria Valer no Centro de Manaus, que era um espaço de movimento cultural na cidade, mas que fechou em 2015, após 25 anos de funcionamento.
Quem é o autor?
Daniel Lima é historiador, teólogo e cientista da Religião. Possui mestrado em História Social – Ufam e doutorado em Teologia – ES-T-RS. E associado da Anpuh – Associação Nacional dos Professores Universitários de História e membro pesquisador da Relep – Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais. Tem desenvolvido pesquisas no campo da História Social: Imprensa amazonense e movimentos sociais da Amazônia e no campo da Teologia Histórica: História da Igreja, História das Religiões, Pentecostalismos e Imprensa Pentecostal. Além disso, professor da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, no Departamento de História do CEST – Tefé, e na área de Ciências da Religião para o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – Parfor – UEA. É também professor substituto da Universidade Federal do Amazonas – Ufam, no Departamento de História.
Acesse o www.culturaamazonica.com.br e saiba mais sobre a região amazônica.