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25 de maio de 2016ÓPERA| Adriana ama Maurizio, que também é amado pela Princesa de Bouillon. No entanto, Maurizio descobre que ama mesmo, Adriana. A história pode parecer uma trama de adolescentes, mas é o tema principal da ópera Adriana Lecouvreur, que será apresentada pela primeira vez em Manaus no XIX Festival Amazonas de Ópera, realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.
Composta pelo italiano Francesco Cilèa e com libreto de Arturo Colautti, a obra retrata a vida de uma das mais famosas atrizes da Comédia Francesa: Adrienne Lecouvreur, que viveu entre 1692 e 1730. Apaixonada por Maurizio, Conde da Saxônia, Adriana é invejada pela Princesa de Bouillon, que se vinga de Maurizio e Adriana, matando-a com um buquê de violetas envenenadas enviadas por ela.
Dividida em quatro atos, a ópera estreou pela primeira vez em Milão, na Itália, em 6 de novembro de 1902. Encenada no Brasil pela última vez em 1964, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a montagem é realizada em parceria com o Theatro São Pedro, de São Paulo, e será executada pela Amazonas Filarmônica e Coral do Amazonas, com solos de Daniella Carvalho, Denise de Freitas, Juremir Vieira, Johnny França, Gustavo Lassen, Daniel Umbelino, Carol Martins, Thalita Azevedo, Fabiano Cardoso, Rafael Lima e Joubert Coelho, sob a regência e direção musical de Luiz Fernando Malheiro.
Daniella Carvalho, Denise de Freitas e Juremir Vieira interpretam Adriana, a Princesa e Maurizio, respectivamente, na ópera que conta com a direção cênica de André Heller-Lopes e remontagem de Edison Vigil, cenários de Renato Theobaldo, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Fábio Retti.
Para o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, a montagem de Adriana Lecouvreur em parceria com o Theatro São Pedro, pela primeira vez depois de 50 anos, mostra que o Festival Amazonas de Ópera está na direção correta. “O Brasil não assiste a essa ópera icônica desde a década de 1960, que mostra um jogo de interesses, poder, traição, vingança e amor. A satisfação, para nós, é ainda maior porque ela é inédita para o povo amazonense. Sem dúvida, será espetacular”, ressalta.
O regente titular da Amazonas Filarmônica e diretor artístico do XIX Festival Amazonas de Ópera, Luiz Fernando Malheiro, destaca que a parceria entre as duas instituições é singular, já que o trabalho entre as duas casas de espetáculos de estados diferentes é extremamente difícil de se realizar. “Sempre existem vários fatores que dificultam a parceria entre as instituições culturais de diferentes lugares. No Brasil, a parceria entre Manaus e São Paulo será a primeira do tipo. É uma porta importantíssima que se abre para futuras parcerias e colaborações culturais”.
Adriana Lecouvreur foi composta em um período especial da música erudita. Entre o final do século XIX e o início do XX, a Europa fervilhava com novos estilos de fazer música. “Durante esse período, havia na Itália um grupo chamado Os Descabelados, que admirava a ópera alemã, principalmente Richard Wagner. Carlos Gomes fazia parte desse grupo, influenciando principalmente a ópera italiana no século XX”, explica o maestro.
“Cilèa foi muito influenciado por Carlos Gomes nesse período, que é comumente chamado de ‘verismo’, onde a vida real é mais importante que as obras míticas. É o caso de Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, uma das obras que já apresentamos no Festival de Ópera. É nesse período que surgeAdriana Lecouvreur, trazendo a história real da atriz francesa, marcando a história da música italiana”, observa Malheiro.
Para o maestro, a escolha da soprano Daniella Carvalho para o solo principal da ópera se deve principalmente ao espírito da personagem principal, Adriana. “Daniella tem uma personalidade forte, com uma carga dramática e cênica enorme. Por causa disso, nos lembramos imediatamente dela para fazer a personagem”, afirma.
No dia 30 de maio, acontece o Concerto Bradesco V, com a Orquestra de Câmara do Amazonas, Grupo Vocal do Coral do Amazonas, e solos de Juremir Vieira, Mirian Abad, Roberto Paulo e Thalita Azevedo, sob a regência e direção musical de Hermes Coelho.
Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilèa, será apresentada nos dias 27, 29 e 31 de maio, encerrando a décima nona edição do Festival Amazonas de Ópera no último dia. O Festival, que iniciou com a apresentação dos Contos Líricos, reunindo trechos das óperas Turandot, Norma, Carmen, A Flauta Mágica,Poranduba e A Raposinha Esperta, apresentou também a versão original em francês e sem cortes da óperaMédée, de Luigi Cherubini.
A edição de 2016 do Festival Amazonas de Ópera também apresentou diversas peças da música erudita, como Messa da Requiem, de Giuseppe Verdi; Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev; e Guia Orquestral Para Jovens, de Benjamin Britten. O Festival apresentou também a peça Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart num projeto inédito de Ópera Studio conduzido pelos alunos e professores dos cursos de Música da Universidade do Estado do Amazonas.
O Festival também contou com uma programação acadêmica variada, com masterclass de canto com a soprano Daniella Carvalho, workshop de Figurinos com o figurinista Fábio Namatame, e a palestra “Ópera, ontem, hoje e sempre!”, com o professor André Heller-Lopes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A montagem geral dos cenários ficou a cargo da Central Técnica de Produção do Amazonas, sob a direção de Marcos Apolo Muniz.
Adriana Lecouvreur e Médée contaram com as direções cênicas dos conceituados André Heller-Lopes e Edison Vigil, cenários de Renato Theobaldo, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Fábio Retti. As regências e direções musicais das duas óperas ficaram a cargo de Luiz Fernando Malheiro e Marcelo de Jesus, maestros titular e adjunto da Amazonas Filarmônica, respectivamente.
Serviço: Ópera Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilèa, no XIX Festival Amazonas de Ópera
Data: 27, 29 e 31 de maio de 2016
Local: Teatro Amazonas
Horário de início: 20h