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28 de junho de 2017BOI-BUMBÁ| Para conduzir 136 módulos alegóricos do galpão do Boi-Bumbá Caprichoso à concentração do Bumbódromo, 160 trabalhadores somam todos os esforços físicos com os braços e pernas como verdadeiros guerreiros desde o início da tarde desta segunda-feira, 26 de junho. O traslado das estruturas do projeto “A Poética do Imaginário Caboclo” envolve uma grande operação logística montada pelo presidente do Boi Caprichoso, Babá Tupinambá, vice-presidente, Jender Lobato, Conselho de Arte e Direção de Arena.
Preocupada em evitar qualquer eventualidade durante o trabalho árduo dos empurradores, os conhecidos guerreiros paikicés, a diretoria executa a operação logística com Engenharia de Segurança do Caprichoso, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Eletrobrás Amazonas Energia e Empresa Municipal de Trânsito e Transporte (EMTT). Da rua Barreirinha até a área externa do Bumbódromo, há barreiras de proteção para demarcar o perímetro de segurança e paikicés receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
O administrador de galpão do Boi Caprichoso, Jofre Lima, é o empurrador de alegoria mais experiente e foi quem deu o nome de paikicé na década de 1990, em referência aos guerreiros do povo indígena mundurucu. “Faltava criar o nome dos empurradores de alegorias e chamei o Zandonaide Bastos para me ajudar na escolha. Temos muita responsabilidade de levar as alegorias para a concentração, Bumbódromo e trazer para o galpão”, frisa.
Presidente Paikicé
Antes de chegar ao posto de presidente, Babá Tupinambá começou história no Boi Caprichoso justamente como paikicé, ao descer da arquibancada do Bumbódromo para ajudar a empurrar uma alegoria travada na entrada da arena há 26 anos e recebeu como recompensa uma camisa azulada. Duas décadas e meia depois, aquele torcedor se tornou presidente, mas continua a ser um guerreiro paikicé, ao acompanhar passo a passo a condução das alegorias até a concentração de arena.
Mesmo na função de dirigente azulado, Babá Tupinambá faz questão de ficar próximo dos guerreiros que colocam o boi na arena. “Sempre estou perto deles, porque são eles que colocam as alegorias na arena. São verdadeiros guerreiros como os próprios índios mundurucu. Eles não aparecem, mas são os que fazem o grande trabalho braçal de empurrar alegoria. Para mim não mudou nada e se tiver que empurrar alegoria, eu vou. O importante é ficar perto dessas pessoas que tanto nos ajudam”, declara.
Fotos: Pitter Freitas