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4 de agosto de 2017EVENTO| A terra preta é uma tecnologia das populações originárias da América do Sul que transformavam solos em meio à floresta, em propícios para o plantio. Dominada pelas mulheres ameríndias, a terra preta é também o mote da instalação “Nem tudo que reluz é ouro”, da artista Simone Fontana Reis, que abrigará, na próxima quarta-feira, 5 de agosto, o “Círculo de mulheres ‘Como sermos amazonas hoje?’”, no Paiol da Cultura do Bosque da Ciência, a partir das 14h.
O evento pretende criar uma oportunidade de encontro entre mulheres lutadoras que acreditam na potência da aliança feminina, sendo o primeiro de uma série planejada pela artista.
O nome Amazonas, que batiza o maior Estado do Brasil e um dos maiores rios do mundo, tem sua origem em uma lenda grega que veio parar em terras brasileiras. Quando expedicionários europeus chegaram à região que hoje pertence à Amazônia, encontraram um grupo de índias guerreiras. Segundo os relatos, elas lutavam nuas e viviam em tribos isoladas. Eram chamadas pelos índios de icamiabas.
Por seus costumes, elas lembravam as lendárias amazonas da mitologia grega, e logo foi feita a associação entre elas. Sabemos como era importante o papel das mulheres nas sociedades ancestrais que aqui viveram antes da chegada dos europeus. Além de terem desenvolvido a tecnologia da Terra Preta, responsável por sustentar uma civilização saudável e bem alimentada por milênios, elas cuidavam da família, da floresta, lutavam, jogavam, dançavam, e sobretudo participavam ativamente da vida político-social nas aldeias, ao contrário do que ocorria no mesmo período na Europa, onde a mulher era reprimida pelo homem, e tinha pouca participação na vida social, ficando limitada às tarefas domésticas.
As mulheres ameríndias, se empenharam no lento e trabalhoso método da confecção da Terra Preta para deixar este adubo como um presente para futuras gerações. Só essa consciência já demonstra o grau de humanidade que essas civilizações atingiram, bem diferente da realidade que vivemos no mundo e no Brasil de hoje, e o quanto temos a aprender com nossas raízes ameríndias.
A instalação “Nem tudo que reluz é ouro” da artista Simone Fontana Reis no Paiol da Cultura, por ser arredondado, quente e úmido como um útero, e por estar coberto por terra preta com réplicas de cacos cerâmicos ancestrais, é o lugar ideal para realização do Círculo de Mulheres: encontro entre índias e caboclas da região, artistas, arqueólogas, antropólogas e outras batalhadoras.
O que representaria nos dias de hoje, ser uma amazona? Onde se encontram na contemporaneidade as lideranças femininas? Como combater o processo de repressão e desvalorização da mulher impregnado em nossa cultura desde a colonização? O objetivo da artista é conversar sobre o resgate da tecnologia da Terra Preta e propor uma reflexão sobre o papel das mulheres nas comunidades de hoje em comparação com antigamente.
Sobre a artista
Simone Fontana Reis nasceu em São Paulo, 1965. Fez mestrado em Londres, na Central Saint Martins College of Art and Design, graduou-se em 2014. Suas práticas e expressões artísticas navegam entre pinturas, esculturas e instalações.
Por ter uma ligação intrínseca com a natureza, há 20 anos, a artista pesquisa florestas e orquídeas. Também pesquisa a comunidade indígena Kadiueu no Brasil Central, visitando-os regularmente e deixando-se influenciar pelas artes deste povo.
Participou de exposições em Londres, São Paulo, Nova Iorque e Suécia, onde viveu por 8 anos. Participou da residências Lab Verde na Amazônia em 2016. É autora da instalação Nem tudo que reluz é ouro no Paiol da Cultura, patrocinada pelo INPA.
Serviço:
O que é? Instalação Nem tudo que reluz é ouro
Círculo de Mulheres: “Como sermos amazonas hoje?”
Com a artista Simone Fontana Reis
Quando? 5 de agosto de 2017 – 14h
Onde? Paiol da Cultura – Bosque da Ciência – Manaus
Quanto? Entrada gratuita