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21 de novembro de 2017EXPOSIÇÃO| O Museu da Amazônia (Musa) inaugura na próxima segunda-feira (20/11), às 15 horas, a exposição aturás mandiocas beijus. A exposição é dedicada ao sistema agrícola tradicional do Rio Negro, registrado em 2010 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil.
Antes da inauguração oficial, será realizada uma mesa-redonda, às 10 horas, no Musa do Largo, Centro de Manaus.
Por que é importante preservar o Sistema Agrícola Tradicional?
- É um sistema milenar usado pelos povos indígenas, com sucesso, para se alimentar, conservar o seu modo de vida, sua organização social e a biodiversidade da floresta e das águas da Amazônia;
- É um modo de conservar as variedades de mandiocas (*) e produzir novas variedades, o que garante que se desaparecer uma variedade devido a uma praga, existe outro tipo resistente à praga.
“Quando a pessoa se muda, ela traz suas manivas, e quando chega numa comunidade, dá um feixe de manivas para outra pessoa – nada é vendido. Essa troca fortalece a preservação das qualidades de maniva”, relatou Sandra Gomes Castro, professora indígena baré e uma das curadoras da exposição.
O que ameaça o sistema agrícola tradicional?
Os indígenas sofrem uma grande pressão para mecanizar a lavoura e cultivar uma única espécie de mandioca de maior produtividade estranha à região. Com isso eles teriam que usar fertilizantes, máquinas agrícolas e crédito bancário. Perderiam as variedades que constituem o seu maior patrimônio, além de colher mandiocas durante o ano inteiro. “Devemos decidir se é mais importante a produtividade, como quer o ‘mercado’, ou a preservação da variedade do patrimônio genético das plantas alimentícias, como recomenda o bom senso e os órgãos internacionais de defesa da biodiversidade como a FAO (Food and Agricultural Organization da ONU)”, observa Ennio Candotti, diretor do Musa.
Aturás mandiocas beijus
A exposição é fruto de um processo de curadoria participativa composta por cinco indígenas representantes da Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN), com sede em Santa Isabel do Rio Negro. Eles participaram de todas as fases de construção da exposição – conceituação, estruturação, coleta de objetos e montagem.
A exposição contou ainda com a curadoria da antropóloga Lúcia Hussak van Velthem, do Museu Paraense Emílio Goeldi, e consultoria da etnobotânica Laure Emperaire e das antropólogas Maria Manuela Carneiro da Cunha e Esther Katz. A exposição foi patrocinada pelas empresas Bemol e Fogás, e contou com apoio do CNPq, do Fundo Amazônia/BNDES e da Universidade do Estado do Amazonas – UEA.
Casa de forno é o destaque da exposição
Na casa de forno montada no Musa do Jardim, estão todos os utensílios originais usados para transformar a mandioca em farinha comestível, um processo de sutil transformação de uma planta tóxica em um alimento saboroso, saudável e nutritivo, fundamental na dieta do brasileiro. Um processo original, admirável, descoberto e aprimorado durante centenas de anos pelos mestres de povos que aqui viveram e ainda vivem. Uma técnica cuja história ainda devemos escrever.
Mesa-redonda: Musa do Largo às 10h.
Uma equipe de especialistas foi convidada para um debate sobre o tema da exposição na segunda-feira (20/11), às 10h no Musa do Largo. O evento vai contar com a presença de Carlos Nery Piratapuia da Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (Acimrn), Maria Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago e Márcio Meira, do Museu Paraense Emílio Goeldi. A coordenação da atividade será do diretor do Musa Ennio Candotti.
Musa do Largo: Rua Costa Azevedo 27 – na Praça São Sebastião- Centro – Manaus (AM)
Musa – Museu da Amazônia: Av. Margarita (antiga Uirapuru), s/n- Cidade de Deus – Manaus (AM)
Telefone: (92) 99280-4205