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3 de outubro de 2018SUSTENTABILIDADE| A última translocação do ano, que levará quatro peixes-bois fêmeas resgatadas, acontecerá no dia 2 de outubro, com saída às 5h do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Avenida André Araújo, Petrópolis. A ação é uma parceria do Laboratório dos Mamíferos Aquáticos do instituto, da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e da Universidade de Kyoto (Japão) e tem o patrocínio da Petrobras.
Os últimos animais translocados este ano serão: Iúna, Ajuricaba, Puraquequara e Anibá. Iúna é o animal mais novo a ser levado para o semicativeiro, a fêmea tem três anos, pesa 100 kg e mede 1,63m.
Os animais serão transferidos paro o Lago do Belarmino, na Fazenda Seringal 25 de dezembro, localizada na área rural de Manacapuru, quilômetro 74, onde é possível encontrar alimento natural e interagir com outros peixes-bois, como explica o responsável pelo Programa de Reintrodução, Diogo de Souza.
“Foi constatado que essa etapa de semicativeiro é fundamental para os peixes-bois se adaptarem gradualmente às condições da natureza porque os animais conseguem se alimentar sem a ajuda do tratador, e esse Programa de Reintrodução apenas é possível por conta do apoio da Petrobras ao projeto, além da nossa parceria com o Museu na Floresta”, explica Souza, que é biólogo mestre em Biologia de Água doce.
“Peixe-boi sem nome não tem graça”
Dois dos quatro peixes-bois fêmeas que serão levados para o lago de semicativeiro ganharam nomes após a Campanha “Peixe-boi sem nome não tem graça” realizado na Semana de Defesa à Fauna na Escola Estadual Nilo Peçanha, de 17 à 21 de setembro.
O nome Iúna foi escolhido pelo 6° ano do colégio e significa “águas negras” e tem a origem na língua Tupi. Já o nome “Ajuricaba” significa guerreiro forte e valente também da origem Tupi, nomeado pelo 6° ano vespertino da escola Nilo Peçanha.
Iúna, encontrada em rede de pesca
O peixe-boi fêmea Iúna, o animal mais novo a ser translocado para o semicativeiro, é o 217 a chegar no instituto, e chegou após ser encontrada em rede de pesca no município de Manacapuru, como conta o biólogo Diogo Souza.
“Foram os pescadores quem encontraram o peixe-boi emalhado na área de igapó, mas o animal estava saudável, ele poderia ser devolvido aos rios, pois nessas situações em que o filhote não está magro é um indício de que a mãe do peixe-boi está por perto”, disse, explicando que será confeccionada uma cartilha que orientará os pescadores que encontrarem peixes-boi nas redes de pesca.
Quem explica sobre os procedimentos adequados em casos como estes em que o filhote fica preso na malhadeira, é o veterinário do Inpa, Anselmo d’Affonseca. “Todo vez que os pescadores observarem que o filhote está saudável, sem ferimentos, sem arranhões graves, podem devolver o filhote imediatamente ao rio”, explica.
Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia
O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia recebe o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, renovado neste ano (2018). O projeto é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi – AMPA e tem como principais objetivos resgatar, reabilitar e reintroduzir peixes-bois (Trichechusinunguis) aos rios da Amazônia, além de auxiliar o projeto Boto do Inpa.
O peixe-boi, espécie endêmica da Amazônia, ainda é extremamente caçada na região, como explica o biólogo. “A carne do peixe-boi é muito apreciada por muitas pessoas, mas a caça e comércio desses animais é ilegal”, diz, acrescentando que por este motivo o Inpa recebe cerca de doze filhotes por ano. “Os caçadores matam a fêmea e o filhote fica órfão e perdido sem saber como se alimentar, já que eles mamam até os dois anos de idade, e aqui no Inpa eles são reabilitados para serem devolvidos para a natureza”.
Com o intuito de reabilitar os filhotes de peixe-boi para serem, futuramente, soltos nos rios da Amazônia, o Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia criou o Programa de Reintrodução.“Após reabilitação adequada os peixes-boissão encaminhados para o semicativeiro para se adaptarem gradual/lentamente à natureza e assim consigam sobreviver quando forem soltos nos rios”, conclui o pesquisador.