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21 de novembro de 2018MEIO AMBIENTE| Para contribuir com a recomposição das atividades de pesquisas e do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que perdeu cerca de 90% do acervo em um incêndio há dois meses, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) doou materiais básicos e primordiais de pesquisa para começar uma coleção entomológica. A doação é pequena frente à tragédia, mas simboliza um gesto de solidariedade.
A doação conta com caixas entomológicas, laminários, alfinetes e armadilhas para a captura de insetos. Foi enviada aos cuidados da pesquisadora Dra Marcela Monné e foi feita pelo projeto Biodiversidade de Insetos na Amazônia (Rede-BIA), um dos projetos da Rede Bionorte, coordenado pelo Dr. José Albertino Rafael e financiado com recursos públicos gerenciados pelo CNPq.
O objetivo da ação, já iniciada em outras instituições, visa, também, incentivar outros coordenadores a colaborarem com doações ao Museu Nacional, a instituição científica mais antiga do país, criada por D. João VI há 200 anos e que contribui significativamente para o incremento do conhecimento científico do país e do mundo.
“Vislumbramos que se a catástrofe tivesse acontecido com o Inpa, certamente a comunidade do MNRJ, mas não somente, também estaria envolvida em nos ajudar”, destaca o pesquisador do Inpa, o entomólogo José Albertino Rafael.
Segundo a pesquisadora do Inpa Dr. Rosaly Ale Rocha, membro da equipe da Rede BIA, a solidariedade entre os pesquisadores, não só de entomologia, é uma prática rotineira e espera-se que outras áreas do conhecimento sejam apoiadas também. “Sempre houve uma parceria entre o Inpa e o Museu Nacional, todos nós, em algum momento da nossa vida científica, já precisamos e contamos com a colaboração do Museu Nacional, e esta é uma forma singela de reconhecimento e de poder retribuir o muito que o Museu já fez aos pesquisadores do Inpa”, afirmou.
De acordo com o pesquisador Dr. Marcio Oliveira, também membro da Rede BIA e curador da Coleção de Invertebrados do Inpa, o acervo de Entomologia do Inpa está à disposição dos pesquisadores do Museu Nacional. “Estamos fazendo uma coleção de referência contendo espécies do nosso acervo, que possuem duplicatas, para doação, num futuro próximo, assim que o Museu Nacional possuir espaço e infraestrutura para recebê-la”, revelou.
Segundo Oliveira, essa é uma prática saudável que deve ser aplicada por todas instituições que possuem acervos biológicos. “Certamente assegura mais estabilidade a todos os acervos científicos, diminuindo os riscos de perda total em casos como o que aconteceu com o Museu Nacional”, afirmou.
Para os pesquisadores da Rede BIA, o governo poderia potencializar a contribuição de qualquer pessoa ou instituição liberando, por tempo determinado, o pagamento de despesas postais de toda doação encaminhada ao Museu Nacional. “Este seria um gesto aplaudido por toda comunidade”, diz Rafael.
O projeto Rede BIA conta com a participação de pesquisadores de várias instituições nacionais e, dentre elas, o próprio Museu Nacional, com o qual os pesquisadores do projeto esperam contribuir ainda mais.
Foto: Ingrydd Ramos