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10 de setembro de 2019As aventuras e emoções de um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) na floresta, em um maciço de montanhas de quase 2 mil metros de altitude, onde talvez nenhum homem tenha estado lá antes da expedição, serão mostradas no longa-metragem inédito – “Novas Espécies – A Expedição do Século”, da Grifa Filmes. Nesta quarta-feira (11), o documentário terá uma exibição aberta ao público, com entrada franca, às 20 horas, no Teatro Amazonas, Centro de Manaus.
A mostra especial é mais uma ação comemorativa aos 65 anos do Inpa. Estarão presentes na sessão odiretor do documentário, Maurício Dias, que tem mais de 60 filmes na carreira, e o pesquisador do Inpa que comandou a missão, Mario Cohn-Haft, renomado ornitólogo especializado em aves amazônicas e curador das coleções ornitológicas do Instituto, que vive em Manaus há mais de 30 anos e há dez sonhava em chegar ao local.
Esta é uma das maiores expedições do Brasil com esse grau de magnitude e dificuldade. O documentário registra 25 dias de uma equipe experiente de 50 pesquisadores – especialistas em mamíferos, aves, répteis e anfíbios, peixes, insetos, fungos, plantas e geologia – e profissionais de apoio, na Serra da Mocidade, em Roraima, local bastante isolado que possui espécies únicas de animais e plantas. A região remota da Floresta Amazônica foi acessada pela equipe via helicóptero.
“Com o filme, o público vai ter uma visão inédita de como é o dia a dia do biólogo numa expedição científica na mata. Talvez não seja como imaginavam, tem muito trabalho, mas pouco inseto, pouco problema de bicho aperreando. É um trabalho concentrado, mas de muita curtição da natureza também”, revela Cohn-Haft. “Esta foi a expedição da minha carreira. Passei mais de dez anos sonhando e imaginando como seria chegar lá e realizar isso foi uma emoção muito grande”, completa.
Subir e descer a serra vendo ambientes típicos de altitude e clima frio, totalmente diferente das terras baixas amazônicas, é muito gratificante para os biólogos, segundo Cohn-Haft, ainda mais sabendo que está numa situação que favorece a evolução de espécies únicas, sem contato com outros lugares – pelo fato da serra ser isolada – e que evoluíram ao longo de milhões de anos sem contato com outras espécies, tornando-se espécies distintas e nunca vistas antes.
“Essa é a emoção. É o que mais empolga muitos biólogos: a sensação de encontrar uma espécie nova, que a qualquer momento se pode ver uma coisa que ninguém viu antes”, conta o pesquisador.
Muitos organismos, entre animais e plantas, foram documentados pelos especialistas e por quatro equipes de filmagem que registraram os principais momentos da expedição realizada entre janeiro e fevereiro de 2016. Ao todo foram 1.500 espécies registradas – fotografadas, filmadas ou coletadas –, incluindo 95 novos registros para o Brasil e, ao menos, 80 novas espécies para a ciência que continuam em estudo de comprovação. E dessas, dez espécies novas já estão descritas formalmente e publicadas em periódicos científicos.
Os trabalhos não param. Com as coletas, os pesquisadores continuam investigando, já que raras vezes o cientista sabe na hora lá na mata que o organismo coletado é de fato uma espécie nova. “Alguns bichos e plantas, entretanto, a gente sabia na hora, e um pouco dessa emoção foi capturada no filme. Outras vezes, a gente suspeitava que era um bicho novo. Então a gente tem de conferir, visitar outros museus mundo afora, fazer análises genéticas de DNA para comparar e análises da aparência física (morfologia)”, disse Cohn-Haft.
A Grifa Filmes levou uma equipe de filmagem com profissionais para trabalhar no registro da expedição e no apoio estrutural e logístico da viagem. O diretor Maurício Dias avalia que o documentário “Novas Espécies- A Expedição do Século” é uma oportunidade para o grande público acompanhar os desafios de uma aventura científica verdadeira. “Os resultados conquistados pela ciência tendem a se restringir ao mundo acadêmico”, afirma. “Acredito que nosso filme colabora para revelar o empenho desses especialistas que não medem esforços em busca de conhecimento”, completa.
Filme
O diretor Maurício Dias, sócio da Grifa Filmes, tem mais de 60 filmes na carreira. A premiada produtora Grifa Filmes, de São Paulo, está presente há 24 anos no mercado e é especializada na criação de conteúdo audiovisual de alta qualidade. Pioneira em coproduções internacionais, exibe suas produções para cinema e canais de TV no Brasil e no exterior. O reconhecimento vem pela conquista de importantes prêmios. No dia 24 de setembro, em Nova Iorque, a produtora concorre ao 40th Annual News and Documentary Emmy Awards, na categoria Outstanding Science and Technology Documentary, considerado o Oscar da TV americana, com outra coprodução internacional, o documentário investigativo The Cleaners, sobre o trabalho dos limpadores de conteúdos da internet, já exibido nos cinemas e na TV do Brasil.
A viagem registrada por Novas Espécies – A Expedição do Século foi possível graças ao encontro dos cientistas com a Grifa Filmes e o apoio dos helicópteros do Exército (Comando Militar da Amazônia – CMA). O documentário, narrado pelo ator Marcos Palmeira, é uma coprodução que reúne a GRIFA FILMES, Globonews, Globofilmes, Filmland, a produtora alemã GebruederBEETZ, ocanal ZDF/ ARTE, da Alemanha, e a NHK, do Japão. O filme tem produção executiva de Fernando Dias, Maurício Dias, Tatiana Battaglia e Christian Beetz. A produção foi realizada com apoio do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), do Exército Brasileiro por meio do CMA (Comando Militar da Amazônia), do 4º BAvEx (Batalhão de Aviação do Exército), do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do Parque Nacional Serra da Mocidade.
Novas Espécies – A Expedição do Século tem patrocínio AMBEV, investimento BB DTVM, e também patrocínio de Matrix Energy Trading, Naturgy, CSN Companhia Siderúrgica Nacional, Protege e Maersk.
Realização: ANCINE, Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Programa de Ação Cultural PROAC ICMS e Governo Federal.