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7 de março de 2020O trabalho desenvolvido pelo Centro Municipal de Educação Escolar Indígena (Cmeei) Wakenai Anumarehit, da Prefeitura de Manaus, localizado na comunidade Parque das Tribos, na zona Oeste de Manaus, com jovens e adultos para valorização da cultura tradicional de aproximadamente 35 etnias residentes no local faz parte de exposição, no Museu Amazônico, Centro, até o dia 10 de junho.
Os visitantes poderão ter uma noção da dinâmica realizada para a valorização da cultura e da língua dos povos, por meio da Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei), da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A exposição faz parte da mostra “Makú Tá Muraki: a arte baré fazendo intercâmbio com o presente”, que tem como finalidade recuperar e resguardar a memória histórica e cultural dos povos indígenas. A mostra apresenta o resultado da luta para salvaguardar os costumes dos índios barés, por meio do artesanato produzido a partir de matéria-prima natural e industrializada.
Algumas das estratégias utilizadas, de acordo com a professora Cláudia Baré, foram a criação de jogos, cartilhas e eventos para chamar atenção dos jovens que moram na comunidade.
“O material exposto no museu é uma demonstração do nosso trabalho como metodologia para que as crianças, através das brincadeiras, aprendam. A gente orienta as crianças e o público a usar a tecnologia a nosso favor. É desafiador, mas conseguimos ver os resultados”, apontou Cláudia.
Um desses resultados pode ser visto nas cartilhas que foram idealizadas em conjunto com os jovens da comunidade, segundo a professora.
“É muito bom quando a gente vê que um aluno da gente consegue falar ‘bom dia’ e ‘boa tarde’, por exemplo, na língua indígena, quando ele usa nosso grafismo para se expressar ou ainda quando algum projeto desperta o interesse dos alunos”, completou.
Para o gerente da Geei, Glademir Santos, a exposição tem uma significação muito singular para a Semed porque é resultado de todo um processo de ensino-aprendizagem e da organização da escola indígena no Parque das Tribos.
“A produção do material didático revela esse processo de reordenamento cultural dos índios na cidade. A Semed, nesse sentido, tem demonstrado uma sensibilidade histórica com a demanda de organizações indígenas no que diz respeito a estudo da língua e cultura. Esse estudo vem como uma forma de retomar a memória histórica dos povos da Amazônia, no contexto da cidade”, explicou Glademir.
Exposição
A seleção do Cmeei Wakenai Anumaherit para participar da exposição aconteceu por conta de um edital lançado pelo museu sobre trabalhos que envolvem a etnia Baré. O projeto apresentado pela professora Cláudia envolvia o artesanato do povo indígena baré juntamente com o Cmeei e a trajetória do Parque das Tribos.
De acordo com a diretora da Divisão de Difusão Cultural do Museu Amazônico, Carolina Brandão, a proposta apresentada atraiu pela temática.
“É muito importante para nós essa aproximação com as escolas da Semed, da educação básica, porque entendemos que a missão do museu é de formação, não apenas de ser uma vitrine. Temos o interesse que as pessoas aprendam e que a partir daí seja gerado um novo conhecimento e há muito desconhecimento quando se fala dos povos tradicionais”, apontou.
A exposição ficará em cartaz no Museu Amazônico, na avenida Ramos Ferreira, no Centro, até o dia 10 de junho. A visitação é gratuita e acontece das 8h30 às 16h30.
Fotos – Eliton Santos/Semed