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15 de maio de 2020Depois de ganhar prêmios importantes no Brasil, a pesquisa sobre os efeitos persistentes da domesticação de plantas da floresta amazônica por povos indígenas há pelo menos 13 mil anos conquistou reconhecimento internacional. As “contribuições excelentes para a Ecologia” renderam à egressa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), Carolina Levis, e a pesquisadores do Instituto e de outras instituições o Prêmio 2020 da Ecological Society of America, categoria William Cooper.
O tema foi tratado na tese de Levis defendida no curso de Ecologia do Inpa, sob orientação dos pesquisadores Flávia Costa e Charles Clement. A pesquisa mais ampla foi publicada na Revista Science com Levis como primeira autora de um total de mais de 150 coautores de várias instituições do Brasil e do exterior.
“Este é um reconhecimento incrível do trabalho feito. A ESA é uma das maiores sociedades de ecologia do mundo”, comemora Levis, ao explicar a grata surpresa, já que os cientistas não submetem proposta ao prêmio. A escolha dos agraciados fica a cargo da ESA.
De acordo com a ESA, a cerimônia de entrega do Prêmio acontecerá durante a Reunião Anual da Sociedade, de 2 a 7 de agosto. Por conta da pandemia de Codiv-19, a Sociedade está avaliando se fará reunião presencial em Salt Lake City (EUA) ou virtual. A distinção aos premiados reconhece as contribuições extraordinárias à ecologia em novas descobertas, ensino, sustentabilidade, diversidade e compromisso ao longo da vida com a profissão.
Em nota divulgada pela ESA, o trabalho escrito por Levis e outros pesquisadores chama a atenção para a longevidade dos efeitos que os seres humanos têm sobre as comunidades vegetais, a domesticação de plantas e da paisagem são processos duradouros e importantes além dos processos ambientais e evolutivos que moldam as distribuições das espécies na Amazônia. Ainda segundo a ESA, o trabalho mostra gradientes ambientais alterados pelos povos amazônicos, cujo manejo das comunidades de plantas florestais ainda hoje é evidente, em sítios arqueológicos, por exemplo, através da associação desses locais com as espécies vegetais domesticadas.
“A floresta concentra recursos de grande valor e os povos indígenas têm um conhecimento milenar de como manejar esses recursos florestais para aumentar ainda mais esse valor sem necessidade de derrubar florestas. O conhecimento de como manejar os recursos florestais tem sido transmitido localmente de geração para geração e representa um aprendizado valioso para o uso sustentável das nossas florestas”, destacou Levis, que atualmente faz pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Além deste prêmio, Levis já conquistou o 14ª Prêmio Capes de Tese 2019 – Gaziela Maciel Barroso e 2º lugar no Prêmio Jovem Cientista de 2018.
Saiba Mais
O Prêmio da Ecological Society of America William Cooper homenageia autores de publicações de destaque nos campos da geobotânica, ecologia fisiográfica, sucessão vegetal ou na distribuição de plantas em gradientes ambientais. Pioneiro da ecologia fisiográfica e geobotânica, o cientista Willian Cooper tinha um interesse particular no estudo das influências de fatores históricos sobre o padrão das comunidades vegetais atuais.
Foto: Carolina Levis