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5 de junho de 2020O show “Representatividades”, do grupo de rap amazonense Mulheres In Rima, foi um dos 67 projetos contemplados no Latinidades Pretas – Trabalhadoras da Cultura, na edição de maio deste ano.
O festival é uma união e organização dos maiores festivais de mulheres negras da América Latina, o Feira Cultural Preta e Festival Latinidades Afrolatinas, com apoio da Fundação Tide Setubal, por meio do edital “Enfrente”, e também do Instituto Moreira Salles-IMS.
O vídeo do grupo Mulheres In Rima já está disponível para visualização no YouTube (bit.ly/mulheresinrima).
O objetivo do Latinidades Pretas é gerar renda e dar suporte às trabalhadoras da economia criativa: empreendedoras, produtoras, artistas, artesãs, escritoras, chefes de cozinha, mães, trabalhadoras domésticas, intelectuais, mulheres negras e indígenas autônomas, para reduzir os impactos econômicos da pandemia de Covid-19. Foram 1.400 projetos inscritos no edital, e somente 67 foram selecionados.
Cléia Alves, MC, poetisa e rapper do Mulheres In Rima ressaltou o alcance do festival, que terá participações de mulheres artistas e empreendedoras de diversas áreas de toda a América Latina, e também da oportunidade de mostrar o trabalho do grupo.
“As pessoas ainda possuem uma visão folclórica do Amazonas, então ficamos muito felizes por poder mostrar nosso trabalho em um canal com esse alcance. Nossas letras falam do combate à violência contra a mulher e da valorização e afirmação da identidade étnica que eu, como mulher preta, e minha parceira Cida Aripória [compositora e rapper do grupo], como mulher indígena descendente, defendemos. Poder mostrar essas pautas para diversos públicos é muito importante para nós”, afirma.
Há quatro anos atuando no cenário cultural de Manaus, o grupo Mulheres In Rima adaptou o “Representatividades” para ser exibido no festival. O show tem o objetivo de afirmação da identidade racial, luta e musicalidade das mulheres afro-ameríndias do rap da Amazônia para, além do entretenimento, fazer uma reflexão sobre as diversas temáticas abordadas no conteúdo das músicas que retratam o cotidiano da mulher nas periferias, na região Norte do país e na arte.
“Estar junto de mulheres com diversos saberes, de vários segmentos, sempre é um aprendizado mútuo, para nós, mulheres da Amazônia do Norte. É sempre uma conquista e resistência ser contempladas em editais de tamanha proporção. Isso nos mostra que a nossa luta não é em vão”, afirma Cida Aripória.
O conteúdo do Latinidades Pretas pode ser conferido no YouTube (Latinidades Pretas) e Instagram (@latinidadespretas).
Fotos: Divulgação