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30 de junho de 2020Com a retomada das aulas presenciais, por conta da flexibilização do isolamento social para evitar o contágio da Covid-19, a maioria das instituições de ensino adotará uma nova estratégia de aprendizagem, o ensino híbrido, que combina atividades online com aulas presenciais.
Para a doutora em Educação e coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Santa Teresa, Kelen Marcião, essa tendência veio para equalizar uma falsa disputa entre tecnologia e educação.
“Hibridismo quer dizer mais do que alternar aulas presenciais com atividades online ou à distância. É uma maneira inovadora de pensar a educação, em que essa separação entre homem e tecnologia vai sendo superada”, disse a coordenadora.
Para ela, mais do que uma proposta aplicável, o ensino híbrido é necessário, principalmente no Amazonas, que possui extrema diversidade biossociocultural.
“É essencial que haja um ensino que prepare os alunos para o bom uso da tecnologia, da comunicação, para a produção científica colaborativa e para o amplo debate sobre nossa biodiversidade, com outros povos”, afirmou.
Segundo a coordenadora, tornar os alunos capazes de protagonizar essas discussões, num futuro bem próximo, de maneira ampliada, só se viabilizará se, desde já, aprenderem a liderar e a utilizar todo o recurso tecnológico, humano e comunicacional a favor do bem comum.
O ensino híbrido será adotado pela Faculdade Santa Teresa, na volta às aulas presenciais, em agosto. Diferente do que muita gente pensa, Kelen explica que esse sistema não retira e tampouco diminui a figura do professor. A especialista ressalta que, de longe ou de perto, educar sempre será sempre uma tarefa humana.
“Mesmo na atuação de forma remota, o professor precisa planejar sobre o que vai ensinar e refletir se aquela atividade atende aos interesses e às necessidades da sua turma”, pontua Kelen.
Por trás de toda atividade educativa à distância ou presencial, ela destaca, existe uma intenção que só pode ser projetada por humanos que se relacionam com outros humanos.
“O maior ganho é este: a visibilidade e a importância do papel do professor e dos espaços formais de aprendizagem na vida social”, frisou.
Essa modalidade de ensino, na opinião da coordenadora, traz diversas vantagens, entre elas, a de manter vínculos sociais e afetivos, estabelecer redes de relacionamento, aprender sozinho e com o outro, aprender em tempos distintos, conhecer experiências e modos de vida muito distantes dos nossos.
“Isto é de fato revolucionário”, enfatizou a educadora.