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13 de julho de 2020A proposta elaborada por pesquisadoras da Ufam foi uma das quatro aprovadas da Região Norte com intuito de ajudar no combate à covid-19. Ao todo, a Chamada conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia (MCTI) e Inovações e do Ministério da Saúde (MS) recebeu mais de 2.200 projetos inscritos de todo o país.
Coordenadora do projeto, Silvania Furtado é professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e líder do grupo de Pesquisa Baseada em Evidências da Ufam. As docentes Ana Lucia Carneiro e Semírames Cartonilho, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ana Cyra Lucas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Ufam, e Sabrina Nascimento, do Programa de Residência Multiprofissional HUGV/Ebserh, também integram a equipe da proposta aprovada pelo MCTI e MS.
Com 2.219 propostas recebidas, divididas nos sete eixos expostos na Chamada e com recursos na ordem dos R$45 milhões em investimentos, oriundos dos dois ministérios, o resultado da seleção foi divulgado na última quarta-feira, 8, no canal do MCTI no Youtube, apresentando as 90 propostas aprovadas, dentre elas, no eixo ‘Carga da Doença’, que teve sete projetos aceitos, está a enviada pela professora do ICB.
De acordo com a Chamada, o objetivo do eixo ‘Carga da Doença’ é avaliar o impacto da covid-19 na vida das pessoas, os custos e a perda de produtividade causados por ela. Sendo assim, a proposta da pesquisadora da Ufam é desenvolver um projeto de revisão sistemática na linha de avaliação de carga de doença da covid -19.
“A covid-19 deixará muitos profissionais da saúde impossibilitados de trabalhar temporariamente e alguns até permanentemente por causa das sequelas físicas, mentais e psicossociais. Buscaremos evidências do absenteísmo [afastamento do trabalho] de profissionais de saúde diretamente envolvidos no enfrentamento da pandemia e as consequências para o sistema de saúde.”, descreve Furtado. “Acho q os avaliadores perceberam a importância e por isso fomos contemplados”, comenta.
Envolvida com a linha de pesquisa desde o doutorado em 2014 e mais especificamente há um ano quando foi criado o grupo de pesquisa, a docente e sua equipe receberam com entusiasmo a aceitação da proposta vinda do MCTI.
“Dessas quase três mil propostas encaminhadas, o Norte só foi contemplado com quatro. Para a nossa grata surpresa, a única nessa área de saúde baseada em evidência foi a nossa e a única liderada por mulheres também. A gente está começando e começamos com chave de ouro”, comemora a coordenadora. “A gente espera realmente que essa área ganhe destaque, assim como tem em outras capitais sobretudo em São Paulo, que é o berço da saúde baseada em evidência; e em alguns países também como o Canadá, que se destaca nessa área. É uma área que está realmente em ascensão. Já está no mercado há mais de 30 anos, mas ainda é relativamente desconhecida para a maioria dos pesquisadores, sobretudo aqui na região Norte, no Amazonas especificamente”, completa.
Com início das atividades do projeto previsto para 1º de agosto e com prazo de execução de quatro meses, o grupo de pesquisadoras trabalha com a hipótese de que já existem relatos de falta e/ou afastamento do trabalho de muitos profissionais das diversas áreas da saúde por conta da atividade laboral na pandemia.
“Os governos de vários países já se mobilizam para dar assistência a esses indivíduos através de programas de indenização”, conta a professora Silvania.
Segundo o anúncio no Youtube, a Chamada Pública do MCTI e MS contemplou 50 instituições de ensino e pesquisa em todo o país, com destaque para região Sudeste, responsável por 48 das 90 propostas aprovadas na seleção. Entre os eixos de abordagem das pesquisas sobre a covid-19 estão o Tratamento, a Vacina e o Diagnóstico, com três, oito e sete propostas aceitas pelos ministérios.