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16 de março de 2021As radiografias analógicas, feitas basicamente de acetato de celulose e mistura homogênea de gelatina e grãos de prata, foram ferramentas importantes na detecção de traumatismos e doenças durante todo o século XX e parte do XXI.
Com a evolução da tecnologia, o processo de elaboração das chapas, como são comumente chamadas estas radiografias, mudou. Porém, muitas pessoas guardam as que foram feitas analogicamente e quando as descartam não o fazem da maneira correta, causando dano ambiental em diversos níveis.
No entanto, uma iniciativa da Universidade do Estado do Pará (Uepa) pode mudar esse panorama. O projeto Reutilização de Películas Radiográficas para Produção de Protetores Faciais Utilizados na Prevenção da Covid-19 para Escola Pública em Belém do Pará atua não somente para combater o descarte inadequado do material quanto para prevenir a disseminação da doença.
Idealizado pelas estudantes do Shirley Cristina Martins da Silva, do 7º semestre do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), e Maria Carolina Carvalho Cruz, também do 7º semestre de Enfermagem, o projeto tem por objetivo produzir semanalmente 15 protetores faciais. O projeto está sob a coordenação da professora Cássia Regina Rosa Venâncio, integrante do Departamento de Ciências Naturais (DCNA), do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), o Campus I da Uepa.
Shirley Silva relatou que a coleta inicial das radiografias foi algo difícil, porém que pôde ser superado graças ao desenvolvimento de uma logística de divulgação do projeto. “Realizamos as coletas nas residências das pessoas que nos procuram, a partir da divulgação nas redes sociais”, afirmou.
Maria Carolina disse que a produção é para auxiliar o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), utilizados para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus entre os alunos das escolas da rede pública.
“Seria uma forma de trabalharmos em um projeto sobre educação ambiental e ajudar na proteção destas crianças com EPI”, esclareceu.
Após a coleta do material, todo o tratamento das radiografias foi realizado no Laboratório de Química do CCSE e os efluentes são encaminhados para instituições parceiras.
“O tratamento destas películas é feito utilizando hipoclorito de sódio e todo o resíduo utilizado é armazenado e guardado para posterior tratamento e retirada do íon da prata, um metal pesado e responsável pela contaminação do meio ambiente”, explicou Shirley Silva.
A estrutura, a base plástica e um elástico para a regulagem do protetor são produzidos em parceria com a Rede de Incubadoras de Tecnologia da Uepa (Ritu), no laboratório de impressão 3D, localizado no Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT).
A orientadora Cássia Venâncio pontuou que vê um grande potencial na proposta por dar suporte à sociedade para superar dois desafios como a reciclagem de material potencialmente danoso ao meio ambiente e o combate à Covid-19.
“Quando unimos em um trabalho assuntos importantes como a preservação do meio ambiente e a proteção dos alunos ao voltarem para a sala de aula podemos ver a importância deste trabalho”, analisou.
A proposta, formulada no primeiro semestre de 2020, conta atualmente com o apoio do CCSE, do CCNT, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), e do Núcleo de Estudos em Educação Científica, Ambiental e Práticas Sociais (Necaps), todas unidades da Uepa. Os protetores serão entregues à Escola Estadual Vera Simplício tão logo as aulas presenciais forem retomadas. No momento, as 180 face shields produzidas estão armazenadas no Campus I da Universidade, e a pesquisa segue na fase de coleta e produção de novos protetores.