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O acompanhamento de um profissional da saúde mental é de extrema relevância para auxiliar no enfrentamento de transtornos, como depressão, ansiedade, medo e estresse, que o isolamento social pode provocar, sobretudo dentro da competição. Apesar de longe das câmeras – e nem perto de ganhar R$ 1,5 milhão por ficar mais tempo dentro de casa -, muitas pessoas também estão sofrendo (há mais de um ano) com os impactos da pandemia da Covid-19.
Para a terapeuta e psicanalista Samiza Soares, mesmo quem não tem apresentado os sintomas característicos desses transtornos (irritabilidade, alterações repentinas de humor, fobia exagerada, choro, por exemplo), não está “imune” aos efeitos psicológicos deste momento.
“Os problemas de saúde mental têm a ver não só com o medo de um vírus invisível, mas também com o distanciamento social. Vários estudos preliminares apontam a relação entre longas quarentenas e maior angústia psicológica, que pode se manifestar em pesadelos, terrores noturnos, medo de sair de casa, irritabilidade, hipersensibilidade emocional, nervosismo e dificuldade de concentração. Acredito que, em breve, mais pessoas vão apresentar esses sintomas e viveremos uma nova pandemia, mas, desta vez, de problemas mentais”, alerta.
Será possível lidar com a pressão psicológica provocada pelo vírus e, ao mesmo tempo, seguir as recomendações de saúde para evitar a propagação da doença?
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), feito em outubro de 2020, mostrou que 93% dos serviços de saúde mental foram prejudicados ou encerrados por causa da pandemia, o que, para a profissional, acende um alerta para a necessidade de se repensar em outras formas de se cuidar dos aspectos psicológicos.
“É o desafio do nosso século: cuidar da saúde do corpo e da mente. Infelizmente, hoje não podemos nos relacionar presencialmente como antes, o risco de nos infectarmos é iminente, além, é claro, de ser irresponsabilidade contrariar as medidas de segurança para conter o avanço da doença”, pontua. “Sendo assim, nossa alternativa é usar a tecnologia a favor da ciência e apostar em alternativas, como as terapias on-line”, afirma.
“A terapia on-line tem vários pontos positivos, como: oferecer tratamento a pessoas que vivem em áreas isoladas, garantir que as consultas sejam realizadas com segurança e não exigir deslocamento dos envolvidos”, explica. “Algumas pessoas têm dúvidas se a terapia on-line pode substituir a presencial. Eu garanto que sim. O vínculo estabelecido entre terapeuta e paciente é o que importa, e isso não muda se o contato é feito presencialmente ou on-line”, esclarece.
Há dois anos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) liberou a prática on-line como modalidade de atendimento. Ou seja, desde que se tenha o aparato tecnológico, o conforto e a segurança, não há impedimentos para que as consultas sejam feitas remotamente.
“No começo pode haver estranhamento, mas é comum, e, com o tempo, todos se adaptam a esse novo formato. Sugiro que quem esteja enfrentando momentos difíceis dê a si mesmo a oportunidade de conhecer algo novo e faça terapia on-line”, finaliza.
Sobre a especialista
Além de oferecer o trabalho especializado, Samiza também é uma referência na internet. No Instagram, onde possui mais de 50 mil seguidores, ela faz postagens diárias sobre a importância do terapeuta no enfrentamento das questões do dia a dia.