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21 de julho de 2021PESQUISA| O cérebro é o órgão mais importante do sistema nervoso que atua no controle do corpo humano, responsável por ações voluntárias e involuntárias. Em artigo científico publicado na Brazilian Journal of Development, o PhD, neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu revela as principais diferenças do cérebro humano em relação aos demais animais e o que nos torna diferentes no aspecto de inteligência, sendo a quantidade de neurônios um fator determinante
“Ele permite realizar os movimentos através de nossas vontades próprias como por exemplo: falar, brincar, andar, correr dentre outras. E é responsável pelas ações involuntárias, que são aquelas das quais fazendo sem perceber, como por exemplo: batimento cardíaco, respiração e todo o funcionamento do corpo para sobrevivência”.
Já os neurônios são responsáveis pelo processo de captação das informações para que o cérebro possa executar suas tarefas.
“Diferente da maioria das demais células do nosso corpo, que após um tempo morrem e são substituídas por outras, os neurônios quando morrem não são substituídos, pois eles não se regeneram”.
Mas de que maneira estes conceitos explicam essas diferenças?
Segundo Abreu, há no córtex pré-frontal humano a chamada sinaptogênese, uma intensa comunicação entre neurônios.
“Neste processo, ocorre a formação, fortalecimento e eliminação de conexões sinápticas que estão relacionadas à habilidade humana de raciocinar”. Esse processo acontece no córtex pré-frontal que “é a área do cérebro relacionada ao comportamento social e ao raciocínio lógico”.
O neurocientista explica que, nos humanos, “enquanto as conexões dos neurônios no córtex pré-frontal começam logo no nascimento e continuam ativamente até os 5 anos de idade, a expressão dos mesmos genes, em chimpanzés que compartilham 98,8% de nossa sequência genética por exemplo, acaba pouco tempo depois que eles nascem, em até um ano”. Além disso, a quantidade de neurônios também é um fator determinante. “Os elefantes por exemplo, tem mais neurônios que os humanos, mas a maior concentração está no cerebelo, responsável pelo controle fino, já o ser humano tem mais neurônios no córtex pré-frontal que os elefantes”.
Além disso, Abreu acrescenta que “o tamanho do cérebro não revela a inteligência, ou seríamos menos inteligentes que o golfinho, por exemplo, o que difere é a quantidade de neurônios, a região do cérebro mais desenvolvida e os tipos de conexões. Há também o quociente de encefalização, onde leva-se em conta o tamanho do cérebro e a massa corporal”.
Outro detalhe importante nessa comparação é que “o denominador de sobre o motivo pelo qual somos mais inteligentes, se deu pela nossa fragilidade e necessidade de adaptação”, reforça Fabiano.
“Encontramos no cérebro um modo de sobrevivência e fomos ficando mais inteligentes à medida que as dificuldades exigiram mais deste tipo de evolução. Ou seja, éramos frágeis e desenvolvemos o cérebro para sobreviver, mas chegamos a um ponto de desenvolvimento em que passamos a ter consciência de nossa inteligência e passamos a buscar meios, de forma consciente, para ficarmos ainda mais inteligentes”, completa.