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13 de junho de 2022A artista visual amazonense Rakel Caminha era adepta da pintura, mas a técnica da colagem sempre falou de uma forma diferente com ela.
“Eu gostava da ideia de fotografar a vida e depois recortá-la, remontá-la, dar-lhe outro sentido, outras conexões. Pra mim, a colagem é como sonhar acordada. É utilizar símbolos para isso. É deixar o público interpretar. É um pouco do que todo mundo sente também”, coloca ela.
Tal perspectiva foi traduzida no projeto audiovisual “Colagem: Mundos ao Alcance das Mãos”, lançado recentemente no canal da artista no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=O_7_o-G2dX0).
Segundo Rakel, o projeto surgiu da ideia de trazer o universo da colagem ao público. “Quero fomentar essa técnica que utilizo através do audiovisual, tendo em vista o caráter cada vez mais multimídia das minhas obras. A ideia era fazer um panorama sintético sobre esse estilo artístico, trazendo composições criadas por mim em colagem, animadas, tornando o conteúdo fácil de ser assimilado, dinâmico, ilustrativo e direto ao ponto”, coloca ela.
O projeto foi aprovado em primeiro lugar na categoria “Artes Visuais” do Edital Zezinho Corrêa.
“Foi me inscrevendo para esse edital que eu descobri a minha paixão por criar, estruturar e executar projetos do início ao fim. Um trabalho de direção geral. Criar e expirar. De inspiração também, mas a gente principalmente transpira. Arte é transpiração. Transmutação também”, complementa.
Montagem
O processo de produção do trabalho se iniciou com Caminha na escrita, onde ela desbravou com cautela o modo de expressar a ideia da cabeça para o papel, em formato de projeto.
“Nós tínhamos seis meses até a entrega e entregamos dentro disso. Queria uma coisa popular, no sentido de que fosse de fácil acessibilidade. Dessa vez, fora do museu, mas na internet, onde o acesso é democrático. Daí surgiu a ideia de um vídeo”, comenta ela.
Aprovado o projeto, aquilo que era uma ideia foi tomando a sua devida forma, com a estruturação de roteiro, criação de cenas, decupagem, detalhamentos, etapa de animação, revisões, sonoplastia, entre outros.
“E eu segui a minha função de dirigir e orquestrar essas etapas para entregar ao público uma experiência legal do que é a colagem”, pontua.
As cores do vídeo vieram numa pegada do gênero pop-art, passeando pelo vintage.
“A ideia realmente era criar um produto que não necessariamente fosse 100% da minha linguagem artística, mas que fosse algo didático, ilustrativo, de fácil assimilação. Que instigue o público a consumir arte”, declara a artista.
Extensão
Rakel explica que a colagem é uma extensão da arte visual em si, porque arte e visual é tudo que vemos e isso nos expressa algo.
“Um sentimento, um descontentamento, um abraço na alma, algo que toque por dentro, antes de mais nada”, coloca ela. “E a colagem surgiu como recurso lá atrás mesmo, com George Braques e Picasso, por exemplo, ambos do movimento cubista. Mas foi na pop-art que ela tomou forma”, alega Caminha.
Forma essa movida por uma peculiaridade familiar, de acordo com Rakel.
“Acho que é porque traz uma familiaridade, uma esquisitice, uma coisa humana, por mais fantástica que seja. Dialoga com nossos sentimentos, sonhos, realidades, tudo ao mesmo tempo. E esse recurso se tornou popular não só na arte, se expandiu pela música, pela publicidade, pelo planeta terra todo”, pondera ela.
Projetos
Para o futuro, Rakel diz não saber se fará algo tão didático como este projeto, por agora.
“Mas a ideia é continuar utilizando recursos de multimídia e audiovisual para expressar mais do meu trabalho, minhas mensagens, de mim mesma também”, declara, acrescentando outros projetos da carreira que estão em cartaz.
“Além desse trabalho que pode ser conferido facilmente no meu canal no YT, estou com uma obra, também multimídia, em exposição no Farol Santander, em São Paulo, sob curadoria de Baixo Ribeiro, uma conexão muito legal que rolou. Também tem uma exposição em exibição aqui na cidade, ‘Ciclos para o amanhã’, uma mostra coletiva que pode ser visitada na galeria Manart. Há planos de exposições coletivas ao longo de 2022”, finaliza.
Perfil
Rakel Caminha – mulher, manauara, artista, formada em Publicidade e Propaganda e cursando Design de Moda, Rakel buscou através de cursos, oficinas e de suas próprias pesquisas aperfeiçoar-se na produção de peças artísticas ligadas a pintura, colagem e técnicas gráficas.
Une em seu trabalho as ferramentas artísticas e as ferramentas de comunicação para criar peças autorais de grande expressividade, e que transitam por temas referentes ao universo feminino, a questões sociais e ecológicas com as quais se engaja, e a questões humanas e a experiência dos causos da vida moderna, que a transpassam e marcam ao longo da caminhada.
Fotos: Divulgação