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23 de março de 2024A Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV), localizada na sede da Fundação Cultural do Pará (FCP), no Centur, em Belém, comemora no dia 25 de março 153 anos. Criada em 1871, a biblioteca passou por diversos lugares, mas para sua própria expansão, em 1986 foi transferida para o Centur, onde funciona até hoje com a denominação de Biblioteca Pública Arthur Vianna.
O espaço é considerado um dos mais importantes para a cultura do Pará, abrigando obras raras dos setores audiovisual, musical e literário, que compõem um acervo de aproximadamente 800 mil volumes. Em 2023, a Biblioteca recebeu 74.313 usuários de forma presencial, enquanto 76.586 usuários, dentro e fora do Brasil, acessaram o acervo digital de obras raras.
Ocupando dois andares, no 2º e 3º andares do Centur, a Biblioteca chega a receber cerca de mil pessoas por dia, entre crianças, jovens, idosos, adultos, pessoas em vulnerabilidade social e deficientes visuais, que utilizam o acervo (livros, revistas em quadrinhos, DVDs, livros falados etc.) e seus serviços (empréstimo, cadastramento de usuários, acesso à internet e programações culturais). Além da literatura, nos demais ambientes há o Espaço Braille, a Fonoteca Satyro de Mello, Gibiteca, Brinquedoteca, o auditório Aloysio Chaves e a Sala de Restauros.
À Biblioteca Pública Arthur Vianna também estão vinculados os seguintes espaços: “Francisco Paulo Mendes”, na Casa da Linguagem; “Vicente Sales”, na Casa das Artes; “Carmen Souza”, no Núcleo de Oficinas Curro Velho, e as bibliotecas localizadas nas Usinas da Paz da Região Metropolitana de Belém e no sudeste do Estado.
Espaço de convivência e lazer – Socorro Baía, coordenadora da Biblioteca Pública Arthur Vianna, ressalta a importância da biblioteca física na era digital. “Apesar dos avanços digitais e de muitas informações encontradas na internet, ainda há grande procura pelos espaços e acervos impressos na Biblioteca, pois são espaços informacionais, culturais e até sociais, em que as pessoas vêm para estudar, pesquisar, acessar a internet, assim como para se encontrar e conversar, assistir a filmes, escutar músicas, tornando-se também um espaço de convivência e lazer”, informa a coordenadora.
Advogado, Mateus Aguiar frequenta todos os dias a Biblioteca Pública, que considera um espaço de fomento à cultural.
“Achei interessante a acessibilidade cultural proporcionada por esse lugar, especialmente para aqueles que talvez não tenham outras formas de acesso à história e à cultura. Com certeza, ter esses espaços disponíveis gratuitamente enriquece a vida das pessoas e fortalece a identidade cultural da região”, avalia o usuário.
“Todos os anos, no mês de aniversário da Biblioteca (março), fazemos uma campanha de devolução de livros atrasados, pois temos a intenção de aproximar este leitor que não estava mais frequentando a Biblioteca devido estar em atraso com livros, para que retornem e possam, novamente, usufruir do acervo e dos serviços oferecidos”, diz Socorro Baía.
A BPAV já possui um acervo disponibilizado ao público referente às Obras Raras, com acesso pelo endereço eletrônico http://obrasraras.fcp.pa.gov.br/, oferecido para que pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral possam ter acesso a obras essenciais sobre a história do Pará e do Brasil.
História – Em 1839, a proposta de fundar uma biblioteca pública na Província do Pará foi levada à Câmara Municipal de Lisboa, onde teve algumas rejeições, mas foi aprovada pela Assembleia Provincial. Após sete anos, foi criada a Biblioteca Pública, anexa ao Lyceu Paraense, o atual Colégio Paes de Carvalho, da rede pública estadual de ensino.
Após algum tempo de funcionamento, a Biblioteca foi transferida para o prédio do antigo Convento do Carmo, onde ficou abandonada por dez anos, quando foi instituída como órgão público e realocada no Lyceu Paraense. No Governo de Lauro Sodré, a Biblioteca passou a funcionar no lugar do Banco Commercial do Pará, onde hoje está o Arquivo Público do Pará, que em 1894 foi oficialmente incorporado à Biblioteca.
Homenagem – Arthur Vianna (1873-1911), homenageado ao dar nome à Biblioteca Pública, foi farmacêutico, médico, funcionário público e historiador no início do século XX. Ele organizou o Arquivo Público e a Biblioteca Pública do Pará, trabalhando pela preservação da documentação da história paraense.
Também foi literato e jornalista, escrevendo para jornais e outras publicações, como A Província do Pará, Folha do Norte, Diário de Notícias, Democrata e Revista Pará Médico. Arthur Vianna fundou ainda a Academia Paraense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP).
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