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4 de junho de 2024Uma das primeiras revistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a Amazoniana — limnologia e ecologia regional do sistema fluvial amazônico foi digitalizada e disponibilizada para acesso público e gratuito no Repositório Digital do Inpa. Editada na Alemanha, em parceria com o Instituto Max-Planck, a revista circulou de 1965 a 2007 em formato impresso.
Com artigos inéditos, Amazoniana publicou artigos escritos em alemão, português e inglês, e em menor quantidade em espanhol e francês. A revista trouxe para o cenário internacional pesquisas realizadas na Bacia Amazônica por grupos de pesquisa estrangeiros e nacionais, em cooperação com o Inpa. Na primeira década do Instituto (implantado em 1954), as comunicações científicas ocorriam via Cadernos Amazônicos.
Seis anos após o funcionamento da Amazoniana, em 1971, nasceu a Acta Amazonica, a primeira revista do Inpa editada no Brasil com recursos nacionais, e que permanece até a atualidade. De acesso aberto e gratuito, a revista multidisciplinar possui todo o seu acervo em formato digital.
“Reunimos os volumes que estavam dispersos em salas de pesquisadores, e tomamos a iniciativa de fazer um trabalho de digitalizar toda a coleção a fim de disponibilizá-la ao público. Então, estamos premiando os leitores com essa importante publicação do século XX e preservando uma parte relevante da memória institucional da produção e circulação do conhecimento científico do Inpa”, disse o curador da Coleção de Invertebrados do Inpa, o pesquisador Marcio Oliveira.
A iniciativa de digitalizar a Amazoniana teve início em 2022, e contou com a participação do Serviço de Biblioteca e Gestão da Informação (Sebgi), liderado pelo bibliotecário Inácio Oliveira, e com o pesquisador aposentado Célio Magalhães, da área de crustáceos.
De acordo com o bibliotecário Inácio Oliveira, ao todo foram publicados 19 volumes da Amazoniana, cada um com quatro fascículos, gerando 593 trabalhos digitalizados, a maioria artigos. Ainda assim se considerou também prefácios, editoriais, comentários, ensaios e obituários.
“Esse é um conhecimento muito importante sobre a Amazônia e ficou restrito a exemplares impressos em estantes de bibliotecas. Hoje a demanda é mais pelo artigo digital, que tem potencial de visibilidade para a comunidade acadêmica”, ressaltou o bibliotecário Inácio Oliveira.
Além de digitalizar a Amazoniana, que dará um ganho para as publicações do século passado, a Biblioteca do Inpa está em processo de digitalização da Coleção de Obras Raras, com quase três mil volumes do século XVII até o século XIX e disponibilizando em acesso aberto.
Saiba mais
A revista Amazoniana foi fundada pelo então diretor do Inpa, o médico, cientista e escritor Djalma Batista — que consagrou seu prestígio com a obra ‘O Complexo da Amazônia: análise do processo de desenvolvimento’ -, e pelo diretor do departamento de Ecologia Tropical do Instituto Max-Planck de Limnologia (Plön/Alemanha), Harald Sioli, que deu início ao convênio com o Max-Planck.
Inegavelment, Sioli influenciou sobremaneira os estudos de ecologia tropical e suas pesquisas foram pioneiras sobre a classificação das águas dos rios da Amazônia.
Fotos: Cimone Barros
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