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11 de junho de 2024Tenório Telles ganhou uma homenagem em Santiago de Compostela, na Espanha, onde seus versos estão agora eternizados no famoso ‘Jardim das Pedras que falam’.
O verso foi inscrito numa pedra para compor o caminho de poemas de vários outros escritores: “O canto do poeta inscreve-se na manhã: Pássaros brancos esgrimam com o vento”. O jardim é parte do Parque da Poesia, junto à Universidade de Santiago de Compostela.
O professor, poeta, ensaísta, dramaturgo e crítico literário contou que ficou emocionado com a homenagem:
“A poesia é expressão da vida, do mundo e do ser. O encontro com a palavra poética pode ser transformador. Esse jardim da poesia na Espanha representa isso. Um lugar de interlocução com a poesia. E que bom que estamos lá, divulgando nossa terra”, disse Tenório.
A homenagem é um reconhecimento pelo trabalho do professor pela tradução e divulgação da poesia espanhola no Brasil, com destaque para autores como Antonio Gamoneda e José Ángel Valente.
Para o poeta espanhol Saturnino Valladares (Vaga-lumes ao meio-dia), a inclusão do escritor amazonense neste jardim poético “é um justo reconhecimento a um dos escritores e intelectuais mais importantes do Amazonas”.
“A ninguém que conheça a obra de Tenório Telles pode surpreender este reconhecimento internacional, pois pelo seu extraordinário trabalho como editor, escritor, pesquisador e gestor cultural, é um dos escritores e intelectuais mais importantes da história do Amazonas. No Jardim das Pedras que Falam, em Santiago de Compostela – um espaço dedicado aos grandes poetas do mundo –, nos formosos versos de Tenório Telles se celebra o melhor da poesia do Amazonas.”, disse Saturnino.
O livro a que pertence esse verso é ‘Prelúdio Coral’, editado pela Valer após pandemia de 2020. A obra é uma dessas pérolas literárias que, ao surgir em momentos de tensão social, revela-se como uma metáfora viva da condição humana e busca de compreensão, expressas pelo “canto de um pássaro mudo”, em seu silêncio, potencializando o poder transfigurador da realidade pelas palavras que instiga o olhar, aclara o proposito e desvela a experiência como o espaço do aprendizado e da construção subjetiva do ser.
Os questionamentos, as angústias e a percepção das contradições e a transitoriedade da existência se manifestam no canto do poeta, iluminando os paradoxos da existência e a inevitabilidade do destino.
Para Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia e autora do livro ‘Para aquém ou para além de nós’, é uma honra e, ao mesmo tempo, motivo de muita satisfação ver que o trabalho está sendo reconhecido.
“É importante, para nós, alcançarmos outros países, levarmos o nosso canto para outro lado do oceano, apresentando e divulgando o que nós criamos aqui no Norte do Brasil”, finalizou Neiza.
Sobre Prelúdio Coral
A literatura, nos tempos claros ou obscuros, é mais que um olhar sobre o mundo, uma construção de palavras – é um diálogo e uma atitude reveladora de caminhos e sentidos sobre a vida e sobre o estar no mundo. Preludio Coral, de Tenório Telles, é um exemplo desse impulso poético que reveste a linguagem e fundamenta toda a criação literária.
Preludio Coral é uma dessas pérolas literárias que, ao surgir em momentos de tensão social, revela-se como uma metáfora viva da condição humana e busca de compreensão, expressas pelo “canto de um pássaro mudo”, em seu silêncio, potencializando o poder transfigurador da realidade pelas palavras que instiga o olhar, aclara o proposito e desvela a experiência como o espaço do aprendizado e da construção subjetiva do ser. Os questionamentos, as angústias e a percepção das contradições e a transitoriedade da existência se manifestam no canto do poeta, iluminando os paradoxos da existência e a inevitabilidade do destino.
Essa iluminação, em Preludio Coral, está na humanidade do ser poético como uma forma singular de sentir a vida e o real, também no despertar da essência vivificadora que move todas as coisas e na maneira como ressignificamos o caos que define o existir humano. O poema “oferenda”, que abre esta reunião, prefigura essas questões, em que o eu lírico, personificado em “pássaro mudo”, oferece seu “canto macerado”, composto de memória, silencio e solidão.
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